O que é uma cidade inteligente e como ela se desenvolve?

Thomaz Assumpção, CEO da Urban Systems, destaca as principais características deste importante conceito urbanístico

Tema central do Connected Smart Cities 2024, evento realizado nos dias 3 e 4 de setembro, no Centro de Convenções Frei Caneca (SP), o termo cidade inteligente ou “smart cities” vem ganhando projeção no país. Por meio de estudos elaborados pela Urban Systems, encomendados pelas iniciativas pública e privada, são traçadas metas e propostas para colocar em prática esse importante conceito urbanístico.

Thomaz Assumpção, CEO da Urban Systems, é um grande incentivador do tema. De acordo com ele: “Para medir o nível de uma smart cities, existem diversos indicadores que podem ser avaliados. Por exemplo, a ISO 37120 – primeira norma técnica global referente à sustentabilidade em comunidades urbanas – define e estabelece um conjunto de indicadores relacionados ao desenvolvimento sustentável. Além disso, temos os rankings das melhores cidades para fazer negócios e o de cidades conectadas e inteligentes do Brasil, ambos elaborados pela Urban Systems há 10 anos, que realizam um diagnóstico das regiões por meio de uma série de indicadores”, explica Assumpção.

Um ponto importante destacado pelo executivo está no equilíbrio de indicadores como saneamento básico, educação, moradia, saúde e tecnologia, entre outras. “Não adianta tirar 10 em educação e zero em saúde. A cidade inteligente é equilibrada, não adianta investir dinheiro na tecnologia e não ter infraestrutura para utilizar e nem pessoas capacitadas para usar. Ou seja, temos um organismo vivo com ações que precisam funcionar juntas. Entender essa dinâmica é imprescindível”, observa Assumpção.

O assunto rendeu matéria no portal da ADIT Brasil* (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil). A publicação destaca que o conceito deve solucionar alguns dos grandes problemas urbanos e, por isso, já tem atraído o olhar dos investidores no mundo inteiro. Um exemplo no país, de acordo com o site, é o da proptech italiana Planet Smart City, que aportou R$ 110 milhões para criar uma cidade inteligente no Ceará, a Smart City Praia Bela. O projeto prossegue os empreendimentos Smart Cities Laguna e Aquiraz, também no Ceará, e Smart City Natal, no Rio Grande do Norte.

Na avaliação do CEO da Urban Systems, para que o conceito de cidade inteligente se estabeleça de vez no Brasil, é preciso que haja uma grande união entre o poder público e a iniciativa privada. “O diagnóstico assertivo da cidade por meio dos estudos que desenvolvemos permite estabelecer uma estratégia de atuação que vai precisar desses dois protagonistas para colocar as ações em prática. O planejamento desenvolvido por meio do levantamento de dados oferece às prefeituras e às empresas uma visão holística da cidade porque envolve diferentes aspectos como infraestrutura, saneamento, sustentabilidade e mobilidade, entre outros. O mercado imobiliário também é um indicador que precisa ser levado em consideração”, afirma Assumpção.

Principais aspectos de uma cidade inteligente

Questionado sobre os principais aspectos que definem uma cidade inteligente, Thomaz Assumpção apontou a questão da tecnologia voltada para o levantamento de dados. “Os sensores e dispositivos podem coletar informações em tempo real da cidade, desde o tráfego e a qualidade do ar até o consumo de energia. Além destes, existem ferramentas que processam e analisam grandes volumes de dados para tomar decisões e prever necessidades futuras”, diz Assumpção.

No quesito infraestrutura, o CEO da Urban Systems afirma que uma infraestrutura inteligente pode ser feita por meio de sistemas de transporte público e gestão de tráfego otimizados a partir de dados para reduzir congestionamentos e melhorar a eficiência. “Já com relação à energia, as ‘smart grids’, redes elétricas inteligentes, ajudam a monitorar e a ajustar o fornecimento de energia com base na demanda e em fontes renováveis”, destaca Assumpção.

Importante pilar de uma cidade inteligente, a sustentabilidade pode ser colocada em prática com iniciativas que incluem o uso consciente de água e energia, gestão de resíduos e redução da pegada de carbono. “Outra solução importante está no mercado imobiliário com a construção de empreendimentos verdes para serem mais eficientes no consumo de energia e recursos”, observa o executivo.

No setor de segurança, a tecnologia também é uma grande aliada, estando presente em sistemas de monitoramento e em câmeras de vigilância. O conceito ainda se estende à economia. “Quando a cidade incentiva startups e empresas que desenvolvem novas tecnologias, ela está no caminho de ser considerada inteligente, pois gera emprego, renda e traz inovações à região”, ressalta Assumpção.

Por fim e, não menos importante, está o engajamento da população. “Em nossos estudos, estimulamos que as prefeituras criem canais para que o cidadão possa participar ativamente das questões que envolvem a cidade. Aplicativos e plataformas que facilitem o acesso das pessoas aos serviços públicos, como pagamento de impostos, pedidos de manutenção e informações sobre serviços são fundamentais para essa interação”, finaliza Assumpção.

A Urban Systems é especializada no diagnóstico das cidades a partir de um olhar de negócios e oportunidades para tornar o município um protagonista do desenvolvimento econômico, dentre os diversos segmentos analisados. Está envolvido(a) com o planejamento ou gestão da sua cidade? Fale conosco!

Conteúdo elaborado pela redação Urban Systems.

Fonte:

Quais as perspectivas para as smart cities no Brasil

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