CENSO 2022: Análise dos domicílios brasileiros e as oportunidades para o mercado imobiliário!

Veja a análise de Leandro Begara, diretor de Inteligência de Mercado da Urban Systems, sobre os domicílios brasileiros divulgados no CENSO IBGE 2022

Nos primeiros dados oficiais do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo IBGE no final de junho de 2023, além da surpreendente informação sobre o total de população do Brasil (leia sobre aqui), também foram divulgados dados sobre os domicílios brasileiros. Revelou-se que o Brasil contava, em 2022, com 90.688.021 domicílios, crescimento de 34% entre 2010 e 2022.

Destes, 90,5 milhões eram domicílios particulares e 72,4 milhões estavam ocupados (79,8% do total), o que significa que mais de 18 milhões não estavam ocupados na data da pesquisa. Falaremos mais sobre estes domicílios não ocupados nos próximos textos dessa série especial sobre o Censo neste blog.

Territorialização

Em consonância com a distribuição da população do país, a região Sudeste continua concentrando a maior parcela dos domicílios, com 42,7% do total, ou 38,7 milhões de domicílios, apresentando uma diminuição de sua representatividade que em 2010 era de 44,1%. Igualmente, o Estado de São Paulo, e a cidade de São Paulo, são respectivamente, a unidade federativa e a cidade com maior volume de domicílios.

No entanto, vale destacar que regiões menos adensadas apresentam taxas de crescimento superiores às médias e à essas regiões mais consolidadas, destacando-se a região Centro-Oeste, com crescimento de 62,6% entre 2010 e 2022, e o Estado de Roraima, com crescimento de 79,6% no período.

Estes diferentes crescimentos sinalizam uma nova ordem geográfica para a identificação de mercados emergentes e ainda com enorme potencial de crescimento, e estão diretamente ligados ao número de habitantes por domicílio, conforme é ilustrado no mapa abaixo e detalhado a seguir.

Relação de população por domicílio

As informações de população e domicílios divulgadas revelam um processo demográfico já conhecido e em andamento no Brasil, da redução do número de habitantes por domicílio, porém em ritmo ainda mais acelerado do que se imaginava. Em 2010 essa relação era de 3,31 habitantes por domicílio e em 2022 registrou-se 2,79, redução de 15,7% no período.

Embora ainda não divulgados resultados desagregados da população por faixa etária, o resultado deste indicador já demonstra a mudança do perfil etário da população brasileira, proporcionada por menor taxa de fecundidade (cada vez menos filhos por família) e aumento da expectativa de vida (melhorias sanitárias e de saúde).

“Com o envelhecimento da população, que é ligado a uma taxa menor de fecundidade, é natural que se diminua o número de moradores por domicílio. No passado havia uma quantidade maior de famílias constituídas de um casal com filhos e normalmente eram muitos filhos. Hoje em dia, houve queda nesse tipo de arranjo familiar, com aumento de participação de outros arranjos, como casal sem filhos, mãe solo e unipessoais. Quando há casais com filhos, a quantidade é menor, em geral um ou dois. Ou seja, houve um aumento no número de arranjos com menos pessoas”, explica Márcio Minamiguchi, demógrafo do IBGE.

Estes novos rearranjos são os que justificam as taxas de crescimento de domicílios serem mais elevadas do que as taxas de crescimento populacional. Ainda que cada vez mais com menor intensidade, observa-se uma relevante formação de novos domicílios que proporcionam tendência de crescimento para o mercado imobiliário no país (sem se mencionar o déficit habitacional).

Mercado Imobiliário

Para o mercado imobiliário é fundamental contar com estatísticas detalhadas e confiáveis das variáveis demográficas (tais quais as reveladas pelo Censo 2022) para compreender como se comportam no tempo e espaço, e possibilitar o exercício de estimar o tamanho e características da demanda imobiliária das cidades.

Cada localidade apresenta dinâmica própria que, correlacionada com o entendimento específico dos desejos e necessidades do público, permite um prognóstico mais assertivo para atuação de loteadores, incorporadores e investidores.

De toda forma, o panorama demográfico nacional como um todo desvela um futuro ainda promissor, mas cada vez mais desafiador, uma vez que o país caminha para uma futura estabilização no crescimento populacional que poderá representar uma relativa estagnação de crescimento imobiliário. É claro que este cenário ainda deverá permitir inúmeras oportunidades em um país com elevado índice de crescimento e déficit habitacional, porém o correto planejamento e preciso dimensionamento de demanda se tornam cada vez mais importantes.

A Urban Systems conta com vasta experiência ao longo de mais de 23 anos projetando demandas imobiliárias para mais de 1.000 projetos em 900 cidades brasileiras, e está sempre atenta e atualizada para oferecer aos seus clientes informações e análises precisas e confiáveis. Conte conosco para o desenvolvimento de projetos de base imobiliária de sucesso.

Conforme mencionamos anteriormente, nos próximos textos da série especial CENSO IBGE 2022 do blog da Urban Systems, daremos destaque às 2 espécies de domicílios não ocupados, que apresentam enorme relevância no cenário imobiliário das cidades brasileiras: domicílios de uso ocasional e domicílios vagos. Aguardem!

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Conteúdo elaborado por Leandro BegaraDiretor de Inteligência de Mercado da Urban Systems

Fonte:

CENSO IBGE 2022

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