Entenda como o aumento dos juros da Caixa para o crédito imobiliário afeta o setor

Medida poderá reduzir a produção de novos empreendimentos e a demanda por imóveis no país.

Desde o dia 2 de janeiro, o interessado em financiar um imóvel com a Caixa encontra juros mais altos, entre 1 e 2 pontos percentuais. Na modalidade corrigida pela TR (Taxa Referencial), os juros variam de TR + 10,99% a 11,49% ao ano para unidades de até R$ 1,5 milhão, podendo chegar a 12% para valores maiores. E na linha Poupança Caixa, as taxas foram ajustadas para + 4,12% a 5,06% ao ano. A medida é um efeito do cenário econômico do país que, atualmente, tem uma Selic (taxa básica de juros da economia brasileira) em 12,25% ao ano, mas com perspectiva de que possa ultrapassar 14% ainda em 2025, devido a pressões inflacionárias, desvalorização cambial e preocupações fiscais.

A decisão trouxe mais preocupação ao mercado imobiliário que, em 2024, mesmo com a Selic alta, conseguiu bons resultados. Prova disso está na mais recente pesquisa divulgada pela Abrainc-Fipe, levantamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. As vendas de novos imóveis cresceram 21,5% no acumulado de janeiro a outubro do ano passado, na comparação com 2023, totalizando 155.769 unidades. O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) registrou avanços de 3,8% no volume de vendas e de 23,7% no valor total comercializado. Os lançamentos também apresentaram percentuais positivos, com 13,6% em volume e 21,2% no montante lançado. E no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), o crescimento foi de 26,1% no número de unidades vendidas e de 22,5% no valor total das vendas. Os lançamentos do MCMV também tiveram avanço, sendo 33% em volume e 34,4% em valor.  

Segundo Paulo Takito, sócio-diretor da Urban Systems, o reajuste da Caixa traz impactos negativos ao setor, pois a expectativa é que a Selic continue aumentando este ano, podendo ultrapassar 14%. “A mudança da Caixa não afeta, por enquanto, o Minha Casa, Minha Vida porque o programa tem taxas controladas entre 4,7% e 8,47% ao ano para imóveis de até R$ 350 mil. Isso beneficia as famílias do segmento econômico. Por outro lado, a classe média será a mais afetada com os juros mais altos, que impactam diretamente no valor da prestação. Ou seja, estas pessoas que dependem de crédito vão pensar duas vezes antes de adquirir o imóvel e muitas vão permanecer no aluguel até que o cenário melhore”, prevê Takito. O executivo faz as contas: em um financiamento de R$ 500 mil, as prestações iniciais subiram em média R$ 562,71 na linha TR e R$ 280,88 na linha Poupança, o que eleva o custo total em até R$ 183 mil. 

Takito lembra ainda que a medida reflete em toda a cadeia da construção civil. “Juros altos afetam o financiamento de obras e a disponibilidade de crédito para as construtoras. Com o custo alto, as incorporadoras poderão ter dificuldades em captar recursos para novos empreendimentos, o que poderá gerar uma diminuição da oferta de novos imóveis no mercado”, alerta o sócio-diretor da Urban Systems

O cenário também muda para o investidor. Muitos investidores deixarão de colocar recursos no mercado imobiliário para deixar o dinheiro aplicado com um bom rendimento e quase sem riscos”, ressalta o sócio-diretor da Urban Systems.

Embora o panorama possa ser de pessimismo, as projeções do mercado imobiliário para 2025 permanecem positivas. Talvez o investidor se retraía, mas ainda temos uma janela do fenômeno de bônus populacional apresentando crescimento de demanda com novas famílias se formando, “A moradia sempre vai ser uma prioridade para o brasileiro. Quem tem intenção de comprar um imóvel este ano vai pesquisar ainda mais para fazer a conta fechar. E o incorporador precisa estar atento a isso, oferecendo produtos assertivos que se encaixam nas necessidades e no bolso do interessado. Investir em pesquisas de inteligência de mercado é uma forma segura de atender com precisão. Na Urban Systems, em tempos de incerteza econômica é que encontramos as melhores soluções para o mercado imobiliário”, afirma Takito.

Conteúdo elaborado pela redação da Urban Systems.

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