PandeBuilding: Dados revelam os segredos dos edifícios pós-COVID-19

Segunda parte de Pesquisa Inédita analisa os detalhes dos novos hábitos e comportamentos das pessoas e quais as mudanças devemos esperar na estrutura das moradias e locais de trabalho após a pandemia

No mês de maio, a Molegolar, numa iniciativa inédita, reuniu a Urban Systems e outras duas empresas de Inteligência de Mercado para realizarem juntas uma sondagem que visa entender e comparar hábitos de consumo antes e durante a pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19) no Brasil. Alguns meses após a divulgação da primeira pesquisa, o mesmo grupo de especialistas divulgou, por meio de uma live, no último dia 13 de julho, uma segunda pesquisa que detalha os dados anteriores e dá mais embasamento para que investidores e incorporadoras saibam exatamente como projetar os edifícios após a pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19).

O evento foi transmitido ao vivo no canal do Youtube da Pandebuilding* e contou com as presenças de: Thomaz Assumpção, CEO da Urban Systems; Cristiano Rabelo, CEO do Grupo Prospecta; Fábio Araújo, CEO da Brain; com a moderação de Saulo Suassuna, CEO e fundador da Molegolar.

Os resultados dessa segunda pesquisa, que ouviu mais de mil pessoas de diversos estados brasileiros, busca entender detalhadamente como as mudanças de hábitos e comportamentos das pessoas irão impactar nos novos projetos de edifícios, casas e espaços corporativos pós pandemia. “Conseguimos uma coleta de dados importante, com mais de mil pessoas ouvidas, e uma distribuição muito boa entre as grandes cidades do Brasil e um público, principalmente, de profissionais liberais que nos possibilitaram uma visão ampla para entendermos efetivamente o que a pandemia está causando e irá causar por muito tempo no Brasil”, explica Thomaz Assumpção, CEO da Urban Systems.

Confinamento

Está claro que o que mais impactou as pessoas foi o confinamento. Após mais de 100 dias em casa as pessoas passaram a entender melhor a importância do espaço em que vivem, espaço esse que antes não ficava ocupado durante o dia todo por toda a família.

Dos entrevistados 75% vivem em apartamentos, 20% em casas e 5% em casas dentro de condomínios. Entre os espaços internos preferidos estão a varanda gourmet (no caso de apartamentos), lembrada por 38% e a cozinha integrada à sala, citada por 33% dos entrevistados. Cerca de 19% dos entrevistados que moram em apartamento, diminuiriam a sala de jantar para aumentar a área da varanda gourmet.

Quando questionados sobre mudar de imóvel, cerca de 35% afirmaram que mudariam para outro espaço (dos quais 7% para uma moradia menor e 28% para uma moradia maior). Os outros 65% afirmaram que não mudariam, demonstrando que a preferência da maioria é adequar o local onde vivem. É importante destacar que o tamanho do imóvel influencia nesse dado. Entre os que afirmaram que mudariam de moradia, 48% vivem em imóveis com menos de 120 m² e 18% vivem em imóveis com mais de 120m². Já entre os que não mudariam, 82% vive em locais com mais de 120m².

Durante a quarentena, segundo a pesquisa, os espaços que mais fizeram falta nos imóveis foram o home-office, citado por 37%, e área para exercícios, citada por 37%. Área de higienização também foi lembrada por 31% dos entrevistados e a varanda por 22%. Para adequar ou aumentar esses espaços, os entrevistados reduziriam: a sala de estar (18%); área de serviço (27%) e sala de jantar (26%).

“Tudo isso nos trouxe um novo pensar para o desenvolvimento de projetos imobiliários. As pessoas passaram a ter mais intimidade com a própria casa e um aprendizado sobre quais o que é importante dentro da moradia e o que não é mais primordial”, comentou Assumpção. 

Hábitos de higiene

Outra variante importante demonstrada na pesquisa é a maior preocupação com os hábitos de higiene. Dos entrevistados 88% passou a higienizar as compras após a pandemia e 84% das pessoas passaram a deixar os sapatos fora da residência antes de entrar.

Esses hábitos trouxeram a demanda para um espaço inédito nas moradias: uma área de higienização. Cerca de 67% das pessoas gostariam de ter uma área de higienização dentro do imóvel, sendo 33% em ambas as entradas, 19% na entrada de serviço e 17% na entrada social. Outros 18% desejariam ter uma área de higienização fora do imóvel.

Para que essa área seja construída, cerca de 34% das pessoas diminuiriam o espaço da área de serviço. Entre as novas tecnologias ou equipamentos considerados importantes para depois da pandemia estão o elevador sem toque, citado por 50% dos entrevistados e câmara de higienização na entrada, citada por 38%. 

Trabalho e renda

Entre os entrevistados apenas 3% tiveram aumento de renda durante a pandemia. Entre os que mantiveram a mesma renda ou diminuíram há um certo equilíbrio: 52% conseguiram se manter com a mesma faixa de renda e outros 45% tiveram queda na renda familiar. Esses dados apontam um desafio para os novos projetos: como adaptar/reformar a moradia ou mesmo mudar para outro espaço em um ambiente de perda de renda.

“O público passa agora a ter uma maior consciência de valor, não apenas de preço, e passa a priorizar o uso do espaço com aquilo que importa. Além disso, as pessoas passarão a analisar com mais calma o custo-benefício dos imóveis. Daí a importância da inteligência de mercado, que permite unir a demanda e as novas tendências à capacidade de compra”, explica Assumpção.

A rotina de home office fez com que muitos entrevistados tivessem que adaptar um escritório dentro de casa já que não contavam com uma área para isso antes da pandemia. E essa tendência, já apontada na pesquisa anterior, se manteve, uma vez que a grande maioria das empresas deverá adotar o home office, pelo menos, por alguns dias, mesmo pós a pandemia.

Em relação ao local do trabalho antes da pandemia, 56% dos entrevistados trabalhavam em salas comerciais; 24% em lajes corporativas e 19% em home office. Já após a pandemia a pesquisa mostra que 54% devem trabalhar em home office; 44% em salas comerciais e 21% em lajes corporativas (questão com múltiplas respostas, resultados maiores que 100%). O que demonstra que o mais provável é que o trabalho em escritório seja revezado com o home office.

Sobre quantos dias as pessoas pretendem trabalhar em home office, a pesquisa aponta que 35% dos entrevistados trambalhariam por três dias da semana em casa e outros 29% por cinco dias. No entanto, quando questionados sobre a possibilidade de escolha pelo home office, 57% afirmaram ter a possibilidade de escolher, outros 19% não podem tomar essa decisão e outros 24% ainda não sabem como será o trabalho após a pandemia. Além disso, o estudo mostra que 91% dos entrevistados precisam de até 2 postos de home office em casa (44% precisam de um ambiente e 47% de dois).

“Com a tecnologia e a possibilidade de trabalhar a distância, a mobilidade nas cidades deve melhorar, trazendo novas centralidades e uma nova lógica de deslocamento. No seu bairro, as pessoas começarão o desenvolvimento sistêmico de produtos complementares quer seja à sua moradia, quer seja ao seu trabalho, o que irá modificar a maneira de trabalhar e morar”, comentou Assumpção.

Quer saber qual o impacto da pandemia nos imóveis ou em seu mercado de sua atuação?

Fale com a gente e descubra como estar preparado para as mudanças comportamentais em sua cidade!

*Assista a Live completa

Acesse os dados da pesquisa inédita, clique aqui

Conteúdo elaborado pela Redação Urban Systems.

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