Planejamento estratégico e foco na qualidade de vida são destaques em debate sobre cidades inteligentes
O “Fórum Sorocaba 2050” levou especialistas para debater soluções sobre cidades inteligentes
A construção de uma cidade inteligente, ou smart city, implica, necessariamente na definição de planos a serem atingidos a curto, médio e longo prazo. A cultura de desenvolvimento a longo prazo e a busca por diminuir o impacto do ciclo político de quatro anos na sociedade vem se tornando realidade no Brasil a partir do momento em que surgem iniciativas nas cidades com foco no futuro e sustentabilidade.
Nos dias 17 e 18 de abril, a Prefeitura de Sorocaba*, por meio do Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS) e do Centro de Aceleração Desenvolvimento e Inovação (CADI), ligado à Secretaria de Administração (Sead), realizou, o “Fórum Sorocaba 2050 – Construímos hoje a Sorocaba do amanhã”.
O evento promoveu um amplo debate com fóruns de discussão sobre questões socioambientais e tecnológicas para a construção de uma Sorocaba do futuro, criativa, humanizada, inovadora, inteligente e sustentável. Estiveram presentes autoridades, especialistas de diversas áreas, pesquisadores, gestores públicos, empresários, empreendedores e estudantes de toda a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).
Imagem: Evento Sorocaba 2050 – Divulgação
Planos municipais de smart cities
Foram realizadas diversas palestras simultâneas, em diferentes painéis temáticos, com conteúdos que discutiram a implantação de soluções inovadoras nas várias dimensões das cidades inteligentes, criativas, sustentáveis, humanizadas e inovadoras. No dia 18, o CEO da Urban Systems, Thomaz Assumpção, juntamente da fundadora da Bright Cities, Raquel Cardamone, a consultora associada da Spin, Iara Negreiros e Luiz Alberto Fioravante, Ex-diretor do Metrô de São Paulo e especialista em logística e infraestrutura palestraram no painel “Metodologia para construção de planos municipais de smart cities”.
Iara, da Spin, iniciou o painel citando cases como o Plano Diretor de Tecnologias de Juazeiro do Norte (CE), desenvolvido entre 2017 e 2018, se tornando o primeiro plano diretor instituído por lei no País, num momento em que as normas ISO ainda não haviam sido incorporadas à ABNT. A empresa também prestou consultoria para a cidade de Salvador (BA) e, atualmente em São Luiz do Maranhão (MA), onde a empresa está trabalhando juntamente com a Urban Systems.
A palestrante destacou que a legislação traz diversos planejamentos setoriais nas cidades, como Saneamento, Iluminação Pública, entre outros. A proposta defendida pela empresa é integrar os planejamentos setoriais, a longo prazo, por meio do PDTCI – Plano Diretor de Tecnologias da Cidade Inteligente.
“O PDTCI não anula os planos setoriais, mas busca a integração de todos os sistemas. A metodologia que usamos é desenvolver um diagnóstico da cidade que culminará num plano de metas e, em seguida, em projetos, programas e ações. Sempre focados na integração setorial com dados, indicadores detalhados e seu monitoramento”, explicou lembrando que, ao planejar uma cidade para o futuro, revisões periódicas de planos diretores irão ocorrer e demandarão adaptações. Para exemplificar a metodologia utilizada, Iara destacou o case em andamento atualmente que é desenvolvido em parceria com a Urban Systems: Plano Municipal de Cidade Inteligente de São Luís do Maranhão.
Conheça mais sobre o Consórcio São Luís Smart City aqui.
Metodologia Urban Systems
O CEO da Urban Systems, Thomaz Assumpção, seguiu o painel lembrando que, após mais de 23 anos de mercado, a empresa se adaptou às mudanças, às novas tecnologias e trouxe metodologias próprias no desenvolvimento de 1.200 projetos em 900 cidades brasileiras. Segundo Assumpção, embora a Urban Systems esteja envolvida em diversos seguimentos de mercado, a expertise no desenvolvimento de cidades inteligentes está sempre presente. “Esse trabalho nos levou a entender muitas coisas que fazem parte de tantos ‘países’ dentro do nosso País. Nossa trajetória nos mostrou que é possível traçar um plano focado na qualidade de vida e nas particularidades de cada região para que as cidades se desenvolvam e se tornem inteligentes e sustentáveis”.
Imagem: Evento Sorocaba 2050 – Divulgação
Assumpção destacou a criação do Ranking Connected Smart Cities (confira aqui), estudo desenvolvido pela Urban Systems desde 2015, criando uma plataforma de discussão e negócios sobre o tema de Cidades Inteligentes. Ele explica que o ranking é de grande importância para a definição dos indicadores que apontem o estágio das cidades brasileiras para o seu desenvolvimento inteligente, sustentável e humano. Além disso, Assumpção destaca o Ranking das Melhores Cidades para Fazer Negócios (confira aqui), elaborado pela Urban Systems, desde 2013, com exclusividade para a Revista EXAME, e posteriormente divulgado de forma ampla para todos os atores, privados e públicos envolvidos no desenvolvimento das cidades brasileiras. “Qualidade de vida é um tema transversal, a busca da qualidade de vida é uma estrutura que requer um entendimento amplo de todos esses fatores”, comentou.
Ele continuou explicando que com o entendimento do tripé da sustentabilidade (econômica, social e ambiental), a Urban Systems começa a analisar uma cidade pela sua capacidade de gerar emprego e renda. “A questão econômica é vital, se uma cidade não gera emprego e renda não promove mobilidade social, e consequentemente não gera consciência ambiental. Entender a dinâmica econômica das cidades foi um divisor de águas para nós. A partir daí conseguimos entender que vocações ou vocação essa cidade tem para trazer investidores, empresários e empreendedores para compor uma cidade inteligente”.
Segundo Thomaz, o Plano 2050 desenvolvido pela Urban Systems para as cidades é elaborado em três etapas principais: diagnóstico, plano estratégico e plano de ação. “Esse é um processo de ciclo longo, que exige planejamento estratégico bastante assertivo. Aprendemos a olhar com esse foco no futuro a partir do desenvolvimento de concessões na área de transportes, por exemplo, que exigiam planos de 40, 50 anos. A mesma lógica funciona as cidades. No caso das cidades, após identificar as vocações e vetores de desenvolvimento, é preciso trabalhar na descentralização e trazer o foco para as pessoas”. Saiba mais sobre o plano estratégico aqui.
Para que todo esse planejamento funcione, é preciso sinergia entre a sociedade civil, setores públicos e privados. “Essa integração entre esses setores está acima do ciclo político e de gestões. O plano não pode estar abaixo da Prefeitura, mas estar ao lado da gestão”.
Indicadores
A fundadora da Bright Cities, Raquel Cardamone continuou o painel falando sobre indicadores e acompanhamento de cidades. A partir dos indicadores, do entendimento da situação atual da cidade, uma cidade inteligente tem a capacidade de analisá-los e utilizar seus recursos disponíveis de forma que permita entender os problemas, melhorar os serviços e evitar problemas.
“Hoje temos dados e informações em grande quantidade nas cidades e precisamos utilizá-los de forma a melhorar a vida do cidadão e planejar a gestão pública e indicar soluções com base em evidências”, comentou. Raquel também destacou a tecnologia e como utilizá-la de maneira inteligente, com planejamento e foco em questões prioritárias.
Ela finalizou falando sobre a plataforma Bright Cities, que analisa a performance de dez áreas da gestão urbana: Governança, Educação, Saúde, Urbanismo, Meio Ambiente, Segurança, Mobilidade, Empreendedorismo e Tecnologia e Inovação, de uma cidade utilizando dados obtidos a partir de 160 indicadores.
Ainda no dia 18, no final do evento foi lida a carta aberta do Poder Público, iniciativa privada, instituições de ensino e instituições de ciência e tecnologia, referente aos temas tratados ao longo do fórum, comprometendo-se a desenvolver e implementar projetos e iniciativas alinhados ao conceito de Cidades Inteligentes até 2050.
Conheça os cases de cidades da Urban Systems aqui.
Conteúdo elaborado pela Redação Urban Systems
*Fontes:
Tadeu Luciano Seco Saravalli
Essencial a iniciativa do Fórum Sorocaba 2050 na parceria entre a Prefeitura e o Parque Tecnológico para a constituição do plano municipal de Smart City.
Muito interessante também o planejamento visando ao Consórcio São Luís Smart City!