PandeBuilding: Construtech Molegolar cria protótipo de edifício ‘anti-covid’
Foram realizadas pesquisas de mercado e uma série de 24 lives com especialistas das mais diversas áreas para a criação do edifício modelo que objetiva ajudar as incorporadoras a adaptarem seus próximos lançamentos.
O mercado imobiliário sofreu profundas mudanças, altos e baixos durante o último ano, desde a chegada da pandemia do coronavírus. O legado da pandemia será mundial, mas cada País tem suas particularidades, especialmente o Brasil, com suas dimensões continentais, diferentes culturas e necessidades por região. A incorporação do home office, a aceleração da tecnologia e as medidas de higiene necessárias já começam a impactar os lançamentos imobiliários. Daqui para a frente, cada vez mais, as incorporadoras devem buscar diferenciais que atendam às novas exigências e necessidades de consumo trazidas pela pandemia.
A construtech Molegolar – startup sediada em Recife – criou, em março desse ano, um protótipo de prédios residenciais e comerciais, o “pandebuilding”, com diretrizes de engenharia, arquitetura e mobiliário que têm por objetivo reduzir os riscos de contaminação pelo coronavírus e trazer mais conforto para os moradores e trabalhadores.
Crédito: Divulgação Molegolar
Pesquisas e lives
O protótipo é resultado de pesquisas iniciadas em 2020, realizadas pela Urban Systems, Brain e Prospecta que trouxeram resultados comparativos sobre os hábitos de consumo antes e durante a pandemia causada pelo coronavírus (COVID-19) no Brasil. Além das pesquisas, a iniciativa realizou uma série de 24 lives, com 80 painelistas de 11 países, ao longo dos últimos cinco meses. Os debates envolveram de administradores de condomínios até especialistas em saúde pública. “Uma das principais diferenças do PandeBuilding para as demais lives que vimos na pandemia foram os roteiros bem estruturados, focando em extrair outputs para o projeto arquitetônico. Outro diferencial do projeto é a visão ampla, pela quantidade de setores complementares envolvidos, e a validação cientifica do conteúdo, por meio das pesquisas realizadas pelos parceiros da Urban Systems, Brain e Prospecta” explica Saulo Sauassana Filho, CEO da Molegolar.
Em junho de 2020, quando uma parte da pesquisa foi divulgada durante uma live da série Pandebuilding, Thomaz Assumpção, CEO da Urban Systems detalhou algumas das mudanças de comportamento e consumo identificadas na pesquisa. “A crise que estamos vivendo deverá deixar um legado mais forte e significativo, principalmente no que se refere a ficar mais em casa e nos espaços comuns. Se considerarmos que o Brasil é um país com diversos países dentro dele, os produtos imobiliários deverão seguir a tendência de regionalização, percepção situacional regional que irá demandar diversidade de produtos ofertados”, explicou Thomaz.
Segundo Assumpção, a flexibilidade para a moradia será importante. “O produto imobiliário deve poder se adaptar ao longo do tempo para atender às mudanças de demandas do consumidor. Isso sem falar nas áreas do entorno, já que a pandemia deverá reforçar ainda mais a descentralização das cidades. O surgimento das novas centralidades mais equilibradas, a adoção da internet, o trabalho a distância e a facilidade de estar em um lugar mais seguro, onde tudo esteja num espaço geográfico menor serão os grandes motivos que possam provocar mudanças de residência”, disse.
Saulo destaca também que as pesquisas foram importantes para validar os dados capturados por meio de entrevistas durante as lives. “Permitiu que saíssemos do achismo. Em outras lives vimos muitas opiniões, inclusive de bons quadros, mas ninguém nunca viveu isso, estava tudo muito na subjetividade. As pesquisas foram bem amplas, completas e de grande alcance, permitindo validações importantes dos pontos levantados, e por outro lado, também reprovando outros. Entendendo objetivamente o que as pessoas, de fato, buscavam para suas moradias, justamente em um momento onde estavam vivenciando intensamente seus imóveis”, completou
Crédito: Divulgação Molegolar
O protótipo
O desenho do edifício-protótipo traz diversas novidades como portaria com câmara para desinfecção por ozônio ou aspersão e medição automática de temperatura. Uma linha no chão indica o caminho de ida e volta, para evitar que as pessoas fiquem muito próximas ou esbarrem. O elevador tem botão que responde por aproximação, sem toque do dedo. As paredes do prédio também levam tintas bactericidas e os banheiros têm torneiras acionadas pelos pés. Na entrada de apartamentos e escritórios, tapetes e sapateiras com spray desinfetante. Há divisórias acrílicas nas estações de trabalho, dispensadores de álcool gel a cada parada e outros detalhes.
Empresas se interessaram pelo projeto e participaram a iniciativa como patrocinadores adaptando e modernizando seus produtos como as fabricantes de elevadores Atlas Schindler, louças e metais sanitários Deca, revestimentos Portobello, impermeabilizantes Vedacit, entre outras.
De acordo com Saulo, o projeto materializa claramente, em detalhes, e até dá sugestões de como se adequar a essas novas demandas otimizando espaços. “Apesar de não ter a função filtrar por preço (mais sim de ser um cardápio completo de soluções, independente de custos) ele propõe muitas soluções aplicáveis mesmo nos empreendimento econômicos, para que pessoas de todas as classes possam se proteger e ter uma melhor qualidade de vida nos seus imóveis”, comentou.
Pedro Reis Macedo, diretor de relacionamento da Molegolar, explicou que existia uma preocupação em adaptar as soluções tecnológicas e de higiene em empreendimentos econômicos. “Para empreendimentos econômicos, previmos áreas de higienização grandes nos acessos comuns, conseguimos melhorar o layout dos apartamentos menores, com a colocação de tapetes sanitizantes e sapateiras nas entradas, sem necessidade de cômodo específico. Em unidades compactas sem espaço para um home office separado, a sugestão é um home-desk integrado na ambientação da sala. Onde não se tinha espaço para varanda gourmet especifica, propomos uma integração dos espaços, levando a cozinha e sala de jantar para a fachada, com uma esquadria maior, fazendo função da desejada varanda gourmet. Este tipo de coisa foi desenvolvido para servir de inspiração e sugestão para o mercado como um todo”, disse.
Crédito: Divulgação Molegolar
Para todo o Brasil
Além de atender também aos empreendimentos econômicos, de médio e alto padrão, permitindo que cada construtor escolha as melhores opções para o seu projeto, o protótipo tem soluções aplicáveis para todas as regiões do País segundo Saulo. “Determinadas cidades já tinham por hábito, por cultura ou pelas suas legislações especificas com relação as áreas computáveis, de ter uma varada maior, por exemplo, como vemos em Salvador, São Paulo, Fortaleza, Belém. Então um espaço que foi muito demandado, como a varanda gourmet, certamente tem um diferencial de facilidade de implementação nestes mercados, onde até já existiam com maior frequência”, comentou.
Outro exemplo citado por ele, são mercados que não tem exigência de bypass interligando os halls, como em São Paulo. “Essa condição permite maior flexibilidade no arranjo, facilita para o arquiteto propor alterações nas plantas, colocando um home office, ou área de higienização, quando você não tem essas limitações da legislação”.
Macedo completa dizendo que esses exemplos mostram o quão fundamental é envolver o poder público na discussão, como foi feito na live 7 do PandeBuilding, com os secretários de licenciamento urbano de Recife, Fortaleza e São Paulo, justamente no sentido de ampliar a discursão de como as cidades podem contribuir neste aspecto. “Equipamentos desejáveis como áreas de higienização no térreo, delivery room, áreas de clausura podem e deveriam ser estimulados. Em alguns mercados, não se permite ter clausuras de segurança e higienização próximas da calçada, teria que afastar, por exemplo, isso poderia ser revisto para permitir, na entrada, uma clausura com delivery center e armários para retirada dos seus pedidos sem contato físico. Essas discussões com o poder público local são essenciais para implementação de algumas soluções em determinados mercados”.
Crédito: Divulgação Molegolar
Segundo a Construtech Molegolar, o passo seguinte será criar uma certificação de quanto cada prédio está adaptado para reduzir os riscos de contaminação, assim como já existem selos que atestam as práticas de proteção ao meio ambiente, como reuso de água ou captação de energia solar.
Você construtor ou incorporador, sabe qual o nível de valor dado pelo seu público para estas inovações frente aos impactos da pandemia? Conte com a Urban Systems para auxiliar no entendimento das necessidades de seu público!
Conteúdo elaborado pela Redação Urban Systems.