Fórum Exame discute infraestrutura e apresenta Ranking das Melhores Cidades Para Negócios

O evento virtual trouxe especialistas do setor público e privado do setor de infraestrutura, além da apresentação dos resultados do Ranking elaborado pela Urban Systems

O Fórum EXAME Infraestrutura, Cidades e Investimentos, aconteceu no último dia 09 de novembro, com transmissão online e gratuita, trazendo grandes nomes do setor público e privado debatendo o desenvolvimento do setor de infraestrutura nas áreas de saneamento, mobilidade, transporte, logística e cidades.

Foram nove painéis realizados entre às 9h e 17h. Ao final dos debates foi divulgada a última edição do Ranking das Melhores Cidades para Negócios, elaborado pela Urban Systems e divulgado pela Revista EXAME desde 2014. O estudo completo será disponibilizado na edição de novembro da Revista Exame.

Visão dos gigantes e do governo sobre infraestrutura

Após a abertura do evento, o primeiro painel trouxe a “Visão dos gigantes e do governo sobre infraestrutura”, com os speakers Gabriel Muricca Galipolo, sócio da Galipolo Consultoria; Luis Henrique Guimarães, diretor presidente da Cosan e Marco Cauduro, CEO da CCR, empresa de concessões rodoviárias.

Guimarães iniciou o painel falando sobre panorama atual da infraestrutura atual no Brasil com o seguinte ponto: “O Brasil tem muito para construir”. Para ele, o Brasil ainda tem muito potencial a explorar e, para aumentar as vantagens competitivas, principalmente diminuindo o risco Brasil e a desigualdade no País. “Para se ter infraestrutura temos alguns requisitos fundamentais, como clara regulação, estabilidade regulatória, segurança jurídica e capacidade de atrair recursos nacionais e estrangeiros para projetos de longo prazo”, comentou.

Marco Cauduro, CEO da CCR, também acredita no potencial e no avanço do Brasil, principalmente em relação aos marcos regulatórios e planejamentos. “O avanço que vimos nos últimos anos é gigantesco nos termos de maturidade institucional, qualidade técnica dentro no Ministério de Infraestrutura e agências reguladoras, além do diálogo que o governo busca junto à iniciativa privada para desenvolver e modelar os melhores projetos possíveis”.

Leilões

O debate aprimorou a discussão falando sobre os impactos nos investimentos em infraestrutura na economia do País. E, em seguida, começou o painel ‘A importância dos leilões para impulsionar o setor de infraestrutura’ que contou com Leonardo Maciel, secretário de Parcerias em Transportes do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI); Fernando Camacho, investment officer – PPP Advisory Services e Pedro Bruno, superintendente da Área de Governo e Relacionamento Institucional do BNDES.

Segundo Maciel, a privatização do porto de Santos, no litoral de São Paulo, deve sair ainda em 2021. “Esse ano de 2021 tivemos 54 leilões, pensando que estamos em um momento de pandemia. Neste ano ainda teremos o leilão da BR-381, que liga o Rio de Janeiro a Belo Horizonte, e os terminais do porto de Santos. A expectativa é de ter ainda neste ano”, disse Maciel no painel ‘A importância dos leilões para impulsionar o setor de infraestrutura’.

Pedro Bruno continuou a discussão destacando que, em 2022, estão previstos mais de 90 leilões na carteira do BNDES. “Isso dá uma média de um leilão a cada quatro dias. Com esse grande volume de projetos, temos a convicção de que vai ser uma grande alavanca para a economia brasileira”, disse.

Saneamento

Entre os painéis, outro destaque foi o debate “A importância do saneamento para o setor de infraestrutura”, que contou com Karla Bertocco Trindade, sócia e head de infraestrutura da Mauá Capital; Rogério de Paula Tavares, vice-presidente de Relações Institucionais na Aegea e Adriano Stringhini, diretor de Gestão Corporativa da Sabesp.

O painel começou tratando do anúncio, em novembro, de que o leilão do bloco 3 da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), foi remodelado com 21 municípios, uma vez que, em abril deste ano, terminou sem interessados enquanto outros três lotes captaram captar 23 bilhões de reais em outorga. Agora remodelado, foram acrescentados 14 municípios, totalizando 21 cidades, com valor mínimo de 1,1 bilhão de reais. O leilão está marcado para o dia 29 de dezembro, na sede da B3.

Para Tavares, da Agea, a mudança será benéfica. “É um leilão que esperávamos, mas o lote três não foi arrematado. Essa alteração é mais um vetor que mostra que o saneamento mudou de patamar para ajudar a resolver os problemas da população em geral. Acreditamos que esse bloco deverá ser extremamente disputado”, disse Rogério de Paula Tavares, vice-presidente de Relações Institucionais na Aegea.

Karla Bertocco Trindade, lembra que existem boas expectativas para o próximo ano e que o ideal para os investidores em leilões é que existam mais opções, o que os torna mais atrativos. Já Adriano Stringhini, diretor de Gestão Corporativa da Sabesp, lembrou que o saneamento está se colocando como uma grande alternativa para gerar investimento, emprego e renda. Segundo ele, a Sabesp, mesmo sendo uma empresa pública, considera importantíssima a participação do setor privado nesses processos. “Temos tradição de muitos anos de parcerias com o setor privado e estamos estudando parcerias com outras empresas para o setor”, disse.

Mobilidade

Outro assunto importantíssimo tratado nos painéis foi a mobilidade e como as cidades se comportam depois da pandemia. O painel “Mobilidade Urbana e Desenvolvimento Econômico” encerrou os debates e contou com a participação de André Turqueto, diretor-geral da Velói, André Iasi, da Estapar e André De Angelo, da Acciona.

A discussão começou tratando do impacto da pandemia nas empresas dos painelistas. Todos os executivos afirmaram ter tido seus negócios diretamente impactados pela pandemia, já que todos eles lidam diretamente com deslocamento de pessoas nas cidades. A Veloe é especializada em tecnologia para fluxos de cancelas e pedágios, a Estapar administra estacionamentos e a Acciona é a empresa vencedora da licitação para a conclusão da Linha 6 do metrô de São Paulo.

Turquerto destacou um ponto interessante modificado pela pandemia que foi a resistência das pessoas em lidar com dinheiro, em função da possibilidade de contaminação pela COVID-19. “A gente trabalha com empresas que utilizam pedágios, estacionamentos e são frotistas. Uma das primeiras coisas que percebemos foi uma repulsa pelo manuseio de dinheiro, o que valorizou nosso negócio digital. Além disso, no processo pandêmico, as pessoas preferiam não manter contato com as pessoas. E isso tem tudo a ver com o negócio do pedágio, por exemplo, porque você não quer pessoas ali, troca de dinheiro. A não necessidade de uma pessoa ir do ponto A ao ponto B acho que vai ser o principal legado da pandemia”.

Iasi, da Estapar, destacou que os estacionamentos demonstram uma retomada das atividades. “Em abril e maio do ano passado o nível de pessoas se locomovendo era muito baixo nas grandes cidades. Agora, com a evolução da vacinação, a gente vê que a questão da circulação nas cidades voltou a acontecer rapidamente. Nós somos um bom termômetro para entender os setores que a gente atua, como shopping centers, arenas, edifícios comerciais. Conforme esses segmentos foram abrindo, a gente vê a movimentação voltando. Dois pontos chamam atenção: um deles é em relação a gestão de custos e a adoção em diversas tecnologias. Você vê também as pessoas querendo menos contato também e menos dinheiro em circulação, com a utilização de outras opções, tags, aplicativos e cartões”, comentou.

De Angelo, da Acciona, destacou que, como trabalha diretamente com infraestrutura foi impactado de maneira diferente com a pandemia. “No Brasil a construção civil foi um dos setores considerados essenciais então praticamente não parou, apenas no início para a implantação dos protocolos e alguns impactos na produtividade dos trabalhadores” comentou.

A empresa ganhou a licitação para terminar as obras da linha 6 do metrô de São Paulo e que hoje a empresa está com 3,5 mil funcionários em 18 frentes de trabalho abertas. “Os nossos clientes entenderam no início da pandemia, a necessidade de adequações de contrato em algumas obras, no entanto, a situação foi se normalizando, hoje as obras seguem e todos os protocolos de higiene e segurança vieram para ficar”.

Melhores Cidades para Negócios

Ao final das 8 horas de transmissão dos painéis, chegou o momento da apresentação da edição 2021 do Ranking das Melhores Cidades para Fazer Negócios, elaborado pela Urban Systems e divulgado com exclusividade pela revista EXAME. Para o ranking, foram analisados municípios com mais de 100.000 habitantes, e em seis eixos econômicos: comércio, serviço, indústria, mercado imobiliário, educação e agropecuária.

A apresentação dos resultados do Ranking foi feita por Willian Rigon, diretor de marketing da Urban Systems. O levantamento traz análises referentes à infraestrutura de saneamento, transportes, mobilidade urbana, logística e telecomunicações. Também foram avaliados indicadores como o impacto da pandemia na gestão municipal. Nesta sexta edição, a consultoria também avaliou o ritmo de vacinação e taxa de letalidade do coronavírus em cada um dos municípios, no dia 15 de outubro, para uma fotografia de comparação.

“No estudo trazemos mais de 60 indicadores, separados por esses seis eixos econômicos, além do macro cenário que impactam todos os eixos. No caso dessa edição, analisamos o impacto da pandemia. Outro dado novo que incluímos relacionado à pandemia na análise é o ‘vacinômetro’, pois o avanço da vacinação traz a forma como as cidades estão agindo diante da pandemia e consequentemente na retomada da economia”, comentou.

Foram apresentadas as cidades mais bem colocadas em cada eixo econômico analisado, com destaque para o Estado de São Paulo com mais cidades na primeira colocação. Os primeiros colocados foram: Barueri (SP), no eixo Serviços; São Paulo (SP), no eixo Imóveis; São Paulo (SP), no eixo Comércio; São Bernardo do Campo (SP) no eixo Indústria; Petrolina (PE) no eixo Agronegócio e São Paulo (SP), no eixo Educação.

Na próxima edição da Revista EXAME será publicada uma reportagem especial, trazendo análises das cidades e destaques para cada um dos 6 setores econômicos analisados pelo Ranking. Paralelamente ao lançamento da edição da EXAME, a Urban Systems publica em seu site, relatório completo com os resultados, metodologia e análise das Melhores Cidades para Negócios e disponibiliza também a plataforma Power BI para acesso dos resultados, dados, indicadores e posições das cidades analisadas na edição 2021, com o objetivo de auxiliar os investidores a buscarem novas oportunidades de negócios e desenvolvimento.

Clicando aqui você pode acessar o vídeo sobre as novidades da edição 2021 do Ranking das Melhores Cidades para negócios. 

Você pode conferir também as publicações e edições anteriores do estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios (com metodologia anterior) em nosso site.

Confira no canal do Youtube da EXAME como foi o Fórum de Infraestrutura, cidades e investimentos, assista aqui

Conteúdo elaborado pela redação Urban Systems 

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