Encontros Temáticos Segurança e Meio Ambiente

Avançando um pouco mais em nossas discussões para analisar e propor indicadores para a edição 2022 do Ranking Connected Smart Cities, estudo elaborado pela Urban Systems, hoje vamos abordar os resultados dos encontros que trataram dos temas: segurança (ocorrido em 26 de abril) e meio ambiente (em 10 de maio).

Lembramos que todos os encontros são gratuitos e vocês podem se inscrever para participar e assistir ao vivo os encontros, participando também com perguntas aos palestrantes e apresentadores.

Eixo de Segurança

O encontro que abordou o eixo de segurança e tratou de indicadores para a edição 2022 do Ranking Connected Smart Cities, contou com a presença de Vitor Amuri Antunes, Diretor de Projetos – SPIn Soluções Públicas Inteligentes Consultoria, Melina Risso, Diretora de Pesquisa – Instituto Igarapé, Valerio Azambuja, Secretário Municipal de Segurança e Defesa Social, Evandro Roveran, Sales District Manager na divisão Building Technologies – Robert Bosch Ltda e Paula Faria, Idealizadora do Connected Smart Cities & Mobility.

Mais uma vez, pudemos constatar que os conceitos que norteiam o Connected Smart Cities desde 2015 estão alinhados com conceitos que pesquisadores e profissionais da área discutem segurança pública no Brasil, não apenas como uma questão de violência, ou prevenção da violência, mas também em suas conexões com outros eixos de análise, planejamento e desenvolvimento das cidades, como: educação, governança, tecnologia, desenvolvimento social (economia) e iluminação pública (energia), por exemplo.

Dos destaques do encontro, destacamos a segmentação trazida pela pesquisadora Melina Risso que abordou a questão da segurança em três dimensões: da prevenção, social e situacional. Destas, enquanto a maioria das cidades foca apenas na primeira, a de prevenção, é importante destacar que a dimensão social é prioritária no desenvolvimento de cidades mais seguras a longo prazo, uma vez que os investimentos em educação refletem no desenvolvimento social das cidades e consequentemente impacta em renda e segurança.

Dos indicadores citados, estão: tempo de ensino; evasão escolar (presente no ranking Connected Smart Cities); distorção idade-série; existência de contra-turno para os alunos da educação básica; avaliação da cobertura dos benefícios sociais na cidade; atenção a primeira infância e etc. Ainda durante o encontro, outros indicadores foram sugeridos para complementar o tema: uso de dados para prevenir a violência e mensuração da eficácia do uso desses dados, dados da assistência social e sucesso na reinserção de egressos do sistema penitenciário.

Mais uma vez, foi apresentado como consenso entre os participantes, a dificuldade de se mensurar determinados aspectos que possam demonstrar índices de segurança na cidade, uma vez que a maioria dos indicadores atuais e com frequência de disponibilização são dados que refletem a violência, ou ausência dela, e não exatamente a segurança em uma cidade. Entendido ficou, entre os participantes, que é necessário manter os esforços para o desenvolvimento de outros indicadores, sem perder de vista os já mencionados e utilizados, que auxiliam as cidades aos seus diagnósticos iniciais.

Eixo de Meio Ambiente

De todos os eixos analisados no Ranking Connected Smart Cities, o que apresenta maior particularidade em comparação as pesquisas internacionais sobre cidades inteligentes é o eixo de Meio Ambiente. Abordamos este ponto em praticamente todas as falas sobre o tema, para que haja uma compreensão do nível de desenvolvimento das cidades brasileiras e em relação as cidades europeias ou americanas, que tem liderado discussões sobre o assunto smart city.

Há uma particularidade que afeta as cidades brasileiras de uma forma que muitas vezes foge do olhar de inteligência ou de desenvolvimento, por ser atrelada a uma infraestrutura básica, entretanto, o país tem um déficit quanto a infraestrutura de saneamento, abastecimento de água, tratamento de esgoto e coleta de resíduos sólidos. Assim, apesar de ser algo básico, os indicadores destes serviços ainda se fazem necessário em um estudo que avalia o nível de desenvolvimento inteligente das cidades brasileiras, pois como podemos ter cidades consideradas “inteligentes” se boa parte da população em território urbano não é atendido com infraestrutura de saneamento, por exemplo?

Neste encontro, tivemos a participação de Maria Heloísa Furtado Lenzi, Secretaria de Meio Ambiente de Balneário Camboriu Iara Negreiros, Consultora Associada na SPIn Soluções Públicas Inteligentes, Doutora, Escola Politécnica da USP, ABNT/CEE-268 – “Cidades e Comunidades Sustentáveis”, Cátia Valente, Head de Projetos Governamentais – Climatempo, Luana Siewert Pretto, CEO – Instituto Trata Brasil, Leonardo Musumeci, Pesquisador FSP-USP eProfessor – MBA Cidades e Inovações, Vitor Raydan Diab, Gerente de Área – RainBird e Paula Faria, Idealizadora do Connected Smart Cities & Mobility.

Além das experiências e destaques da Cidade de Balneário Camboriu, apresentadas por de Maria Heloísa Furtado Lenzi, é importante ressaltar os aspectos positivos e o avanço da infraestrutura e serviços de saneamento na cidade. Ao avaliarmos os dados das cidades brasileiras, as cidades litorâneas possuem uma média de atendimento de serviços de coleta e tratamento de esgoto muito baixa, sendo estes índices potencializados, quando pensamos que a poluição ou a falta de tratamento prejudica os oceanos e consequentemente possuem um impacto global.

O eixo de Meio Ambiente no Ranking Connected Smart Cities engloba os eixos da ISO 37120 e família sobre: Meio Ambiente, Resíduos Sólidos, Esgoto, Água e Tratamento da água. Estes contam ainda com indicadores de condições climáticas e áreas verdes, mas como apresentados pelos participantes deste encontro, o Brasil conta com escassos indicadores sobre o tema, inclusive sem metodologias adequadas para mensurar e avaliar: área verde ou cobertura de mata nas cidades, conforto térmico, intempéries e questões do tipo.

Como lição de casa, para a próxima edição, iremos avaliar a possibilidade de coleta de dados e elaboração de indicadores quanto ao tema: qualidade da água, áreas preservadas ou protegidas legalmente, legislação sobre o tema, arborização urbana (presente nas primeiras edições do Ranking Connected Smart Cities), sistema de alerta prévio e outros relacionados a educação.

E você? Tem alguma sugestão para indicadores a serem avaliados no eixo de Energia ou Empreendedorismo? Conte para nós aqui embaixo, ou envie sua sugestão para contato@urbansystems.com.br.

Não perca nossos próximos encontros. Acesse a agenda de eventos aqui.

Conteúdo elaborado por Willian Rigon, Diretor Comercial e Marketing da Urban Systems

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