Masterplan Centro do Rio é exemplo para as demais capitais do país

Dos 75 imóveis analisados pelo Consórcio Conexão Rio, 46 já contam com sugestões de projetos que foram analisados pela Urban Systems

O Centro do Rio de Janeiro ganhou recentemente um grande estudo que identifica as melhores vocações para imóveis na região, além de estimular o desenvolvimento local. O Masterplan Centro do Rio é uma iniciativa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em parceria com a Prefeitura do Rio. A Urban Systems, com seus mais de 24 anos de experiência em planejamento urbano, teve papel de destaque neste levantamento e integrou o Consórcio Conexão Rio, formado pelas empresas Urban Systems, Finarq Consultoria, Vieira, Rezende e Guerreiro Advogados, Ramboll e Porto Marinho.

Paulo Takito, sócio-diretor da Urban Systems, explica que, dos 75 imóveis analisados, 46 já contam com sugestões de projetos que poderão ser colocados em prática por meio de parcerias entre os poderes público e privado. “O BNDES apresentou o resultado final ao prefeito Eduardo Paes no final do ano passado e todos elogiaram muito o trabalho. São mais de mil páginas de um estudo amplo e profundo da cidade com foco no Centro. O material completo foi compartilhado pelo BNDES em seu site. Qualquer pessoa do mundo pode acessar essas informações, desde que preserve, claro, os direitos autorais e faça referência aos autores. É um conteúdo global”, ressalta Takito.

Osmar Lima, head de Projetos Imobiliários do BNDES, destaca a atuação da Urban Systems no Masterplan Centro do Rio. “A Urban Systems trouxe uma robustez analítica ao projeto com a sua capacidade de fazer uma boa leitura do mercado e indicando as propostas de intervenções para uma demanda latente, já que o bairro, por razões históricas, contempla um conjunto de ativos imobiliários públicos muito expressivo”, lembra Lima. Segundo ele, a meta é que o estudo sirva de exemplo para outras capitais do país. “Temos um contrato com Recife que vai por uma linha bem parecida e vamos ampliar essa ideia para outras cidades”, adianta o executivo.

Equilíbrio entre comércio e residência

Entre os imóveis mapeados pelo Masterplan Centro do Rio, Paulo Takito conta que há alguns emblemáticos como a estação de trem da Leopoldina e um terreno vazio no polo Saara (Sociedade dos Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega), que hoje serve de estacionamento. “No caso da estação da Leopoldina, que está desativada, é possível desenvolver quase um novo bairro porque cabe tudo. Inclusive, o Eduardo Paes já manifestou interesse na área e vem conversando com a União para adquirir o local e colocar o projeto em prática”, afirma Takito. Já para o terreno da Saara, o levantamento sugere uma parte térrea com comércio e serviços, reforçando o que já existe, mas com uma estrutura arquitetônica nova e bonita, além de residências nos andares superiores. “Um aspecto muito forte nesse trabalho é o equilíbrio entre o uso residencial e o não residencial. A ideia é que o funcionário deste polo comercial tão importante no Centro possa morar perto do trabalho, sem precisar pegar trem ou três ônibus, perdendo horas no engarrafamento”, observa Takito.

Osmar Lima concorda. “O caminho para revitalizar o Centro é por meio desse planejamento urbano integrado e com uma visão de longo prazo. Não vamos resolver esse problema do dia para a noite; é um cenário de décadas que para solucionar serão necessárias outras décadas. Por isso, criamos esse plano e ele precisará ser perseguido e revisitado ao longo dos anos”, destaca Lima. Outra questão relevante do Masterplan Centro do Rio é a ênfase ao espaço público. “O projeto tem o aspecto dos imóveis, que é importante, mas se pretendemos atrair as pessoas para morar em determinada região, ela precisa ser agradável. E a tendência é que os prédios a serem retrofitados ou construídos no Centro do Rio tenham pouco espaço, pois o bairro já é apertado. Então, é preciso criar um espaço público de qualidade, pois é ali que as pessoas vão conviver. E o estudo vai nesse sentido ao propor praças, cinturões verdes e áreas caminháveis”, conta Lima.

Cidade do futuro

De acordo com o head de Projetos Imobiliários do BNDES, o próximo passo é conversar com os proprietários destes imóveis que estão sem uso. “Estamos na segunda etapa que é transformar o estudo em projetos e, para isso, a nossa equipe vai bater na porta de cada proprietário para tentar viabilizar as sugestões. Também temos os espaços públicos que foram indicados no Masterplan Centro do Rio e, nesse caso, o nosso trabalho será em parceria com a Prefeitura do Rio e com a Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), empresa da própria prefeitura. Essas duas entidades participaram de todo o processo conosco”, diz Lima.

E para alcançar os objetivos, Takito complementa que o trabalho agora precisa da colaboração de todos. “Fazendo uma referência à metáfora do Eduardo Paes, que chamou o Masterplan Centro do Rio de ‘Bíblia do poder municipal’, será preciso rezar várias missas, em vários locais, divulgando o estudo para o poder público, para os empresários e para as entidades de arquitetos, engenheiros e do mercado imobiliário. Acredito que este material será o gatilho para a virada de mesa do Rio de Janeiro”, prevê o executivo da Urban Systems.

E como viabilizar estas ideias? Takito dá algumas sugestões. “Pode-se fazer um grande projeto de PPP (Parceria Público-Privada) ou vários pequenos projetos de PPPs. Outra maneira é criar um grande fundo de investimento imobiliário público ou 100% privado, ou misto entre o público e o privado, enfim, as opções são muitas. O importante é que a iniciativa do BNDES traz para a sociedade uma oportunidade de tornar o Rio uma cidade do futuro, ou seja, aquela em que o público e o privado trabalham juntos para entregar uma região central que tenha qualidade de vida e que atraia pessoas e investimentos”, finaliza Takito.

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Conteúdo elaborado pela Redação Urban Systems.