Estação de trem da Leopoldina e área da Saara ganham projetos de uso misto no Masterplan Centro do Rio

As duas iniciativas fazem parte de um amplo estudo, encomendado pelo BNDES para requalificar imóveis da região

A estação de trem desativada da Leopoldina e uma área do polo comercial Saara (Sociedade dos Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega), que hoje serve de estacionamento, são dois exemplos de ativos imobiliários que ganharam projetos de requalificação por meio do Masterplan Centro do Rio.

A Urban Systems, com seus mais de 24 anos de experiência em planejamento urbano, teve papel de destaque neste levantamento e integrou o Consórcio Conexão Rio. O estudo foi encomendado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em parceria com a Prefeitura do Rio, para identificar as melhores vocações para 75 imóveis emblemáticos da região. Deste total, 46 imóveis já contam com sugestões de empreendimentos que vão trazer um novo olhar para o Centro do Rio.

Na avaliação de Paulo Takito, sócio-diretor da Urban Systems, o projeto de uso misto (trabalho, moradia, comércio, serviços e lazer) para a estação de trem desativada da Leopoldina será uma das âncoras do redesenvolvimento no território, um dos mais emblemáticos do Masterplan Centro do Rio. O assunto já foi, inclusive, abordado em várias matérias, com o prefeito Eduardo Paes manifestando publicamente o interesse em comprar a área que pertence à União. “Pretendemos expandir para a região da Leopoldina a infraestrutura desenvolvida nos últimos anos na área do Porto Maravilha. Todo o Centro do Rio está se transformando e tem potencial para superar a Barra em licenças de novas moradias. O governo federal também tem interesse em dar um uso à estação. Vamos mostrar nossa proposta”, explicou o prefeito em entrevista ao jornal O Globo em 16 de dezembro de 2023.

Para se ter ideia do potencial construtivo, o terreno da Leopoldina tem 83 mil metros quadrados (m²). “No Masterplan Centro do Rio, a proposta é desenvolver um bairro planejado com aproximadamente 10 quadras, produzindo mais de 200 mil metros quadrados de novas construções, sendo 70% destinados para habitação com cerca de 5 mil unidades residenciais para várias faixas de renda, além de espaços comerciais, de serviços e áreas verdes generosas. Esta sugestão, aliada ao entorno da Quinta da Boa Vista, poderá despertar a atenção das famílias e, assim, iniciar o processo de ocupação ordenado deste trecho da região”, prevê Takito.

O executivo da Urban Systems lembra que não basta apenas construir moradias; é preciso investir em um planejamento urbano de longo prazo, unindo habitação, comércio, serviços, mobilidade e espaços públicos de qualidade que serão utilizados por moradores e visitantes. “Para isso, o projeto contempla a qualificação das calçadas com ações como alargamento e paisagismo, criação de um bulevar azul ao longo da avenida Francisco Bicalho , a criação de pátios verdes e de equipamentos de lazer e esportes, conexão de mobilidade ativa entre Leopoldina e Central do Brasil. Ou seja, é todo um trabalho de desenvolvimento imobiliário e requalificação urbana”, complementa Takito.

Fonte: Consórcio Conexão Rio, 2023.

Centro do Rio mais verde e azul

Famoso polo de comércio do Rio, a Saara também ganhou um projeto de uso misto no Masterplan Centro do Rio. A área de 4.510 m², que hoje serve apenas de estacionamento, tem potencial para a construção de 10.800 m² produzindo mais espaços comerciais no térreo com lojas, bares e restaurantes nas fachadas ativas, e nos andares superiores novas opções de moradia com habitações de interesse social. Já do ponto de vista urbanístico, o estudo considera que esta proposta pode criar uma extensão da Rua Imperatriz Leopoldina, que se conecta com dois pátios centrais no meio dos empreendimentos, com a expansão do Largo Marco Imperial da Academia de Letras, além de transformar a travessa das Belas Artes em uma grande área de convivência. “Mostramos a Saara atual e a do futuro com uma parte térrea que contempla comércio e serviços, reforçando o que já existe, mas com uma estrutura arquitetônica nova, bonita, atual, e gerando novas oportunidades de moradia nos andares superiores possibilitando as pessoas que trabalham naquela região residir pertinho e com isto evitar o movimento pendular típico da periferia ao centro que tanto penaliza o trânsito e os cidadãos”, conta Takito.

De acordo com ele, empreendimentos de uso misto são muito bem-vindos, pois há uma forte demanda por este tipo de projeto na região central. “Fizemos uma pesquisa que comprova que há muito interesse do carioca em trabalhar e morar no Centro. São pessoas de todas as faixas de renda, desde o funcionário até o dono da empresa. Só que, para isso, precisamos resolver algumas questões estruturais. Uma delas é a segurança, pois o pessoal sai do trabalho às 18h e o Centro fica vazio, o que traz a sensação de insegurança. Por isso é importante investir no ciclo completo que reúne habitação, segurança, comércio, entretenimento e cultura para que o bairro tenha vida 24 horas”, observa Takito.

O sócio-diretor da Urban Systems destaca que, com o estudo, o Centro do Rio será mais verde e azul no futuro. Isso porque o Masterplan Centro do Rio propõe que haja mais arborização e que se utilize melhor os canais de drenagem por meio de Soluções Baseadas na Natureza (SBN). “Esse termo técnico em urbanismo propõe criar jardins de chuva e outras soluções verdes para amenizar a sensação de calor extremo e evitar os alagamentos que acontecem com frequência no Rio de Janeiro. Um exemplo é o jardim de drenagem. Quando chove muito, ele vira um ‘lago’ e a própria vegetação vai drenando a água lentamente, evitando o alagamento da rua. Essa é uma das ideias para o projeto da Leopoldina, pois sabemos que é uma área com grande risco de alagamentos. O Masterplan Centro do Rio reúne projetos de desenvolvimento pensados hoje para serem colocados em prática nos próximos 05, 10, 15 anos com potencial para começar a mudar a cidade e deixar um legado de melhor qualidade de vida para as próximas gerações”, afirma Takito.

Fonte: Consórcio Conexão Rio, 2023.

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Conteúdo elaborado pela Redação Urban Systems.

Fontes:

O Globo

BNDES