Conhece a metodologia charrete? Ela é um apoio importante para os projetos imobiliários
Ferramenta inclusiva envolve profissionais de diversas áreas, além da comunidade para chegar ao empreendimento ideal
O mercado imobiliário evoluiu significativamente nos últimos anos, acompanhando as transformações do mundo e das pessoas, que passaram a buscar endereços e empreendimentos alinhados a um novo formato de morar. Com isso, o setor identificou que não basta apenas lançar; é preciso ouvir os potenciais clientes e, principalmente, a comunidade em que o projeto será construído. Uma das formas de alcançar o sucesso da empreitada é investir em estratégias que ouçam todos estes stakeholders (comunidade, técnicos, governo, investidores etc.) desde o início.
A metodologia charrete, por exemplo, faz parte de um processo importante de cocriação. “É uma ferramenta de escuta fundamental para o desenvolvimento de grandes propriedades. Partindo de um princípio simples: quando um incorporador chega a uma região, por mais informações que ele tenha, quem melhor conhece aquele local é a pessoa que mora nele. Então, a charrete foi criada para ouvir moradores, formadores de opinião, chefes de comunidade, ativistas sociais, empresários e órgãos públicos, entre outros interessados diretamente no empreendimento”, explica João Bosco Silveira, diretor de Patrimônio da Urban Systems. O interessante desta abordagem, de acordo com ele, é que todos estes personagens se tornam cocriadores do empreendimento. “O resultado é uma maior assertividade no projeto que será desenvolvido. A charrete, hoje, é muito utilizada e traz vários benefícios, podendo ser aplicada em condomínios, bairros planejados e até em grandes cidades”, afirma João Bosco.
Renata Herculano, arquiteta e urbanista fundadora da Mutum Urbanismo, descreve a charrete em cinco palavras: inclusão, interação, imersão, transparência e flexibilidade. “Por envolver todos os stakeholders relevantes desde o início, há uma comunicação aberta e direta que ajuda alinhar as expectativas técnicas com as aspirações da comunidade e do público interessado e, com isso, o projeto vai se moldando de acordo com as necessidades consensuadas. Isso promove transparência e fortalece o senso de pertencimento. Além disso, o ambiente de imersão criado para os trabalhos garante que os participantes estejam focados e totalmente dedicados ao propósito, sem distrações”, analisa a arquiteta.
“Elaboramos um estudo de mercado e quando o proprietário começa a fazer o masterplan, ele contrata uma charrete. E nós participamos desta fase também, colaborando com dados e outros insigths relevantes”, complementa João Bosco.
Charrete é composta de três fases
De acordo com Renata, a estrutura de uma charrete é composta de três fases. Na primeira, de planejamento e preparação, são estabelecidas as bases do processo para que todos os aspectos logísticos e de engajamento estejam prontos. “Nessa etapa, é preciso definir os objetivos do projeto, identificar e evolver os stakeholders e preparar materiais de apoio como mapas, estudos e referências”, conta a arquiteta da Mutum Urbanismo.
Na segunda fase acontece a execução, com sessões interativas que ocorrem de 4 a 7 dias, dependendo da complexidade do projeto. “Esse é o modelo americano. Aqui no Brasil, geralmente, o prazo é menor, pois é adaptado de acordo com as características do empreendimento e recursos disponíveis”, diz Renata. Entre as atividades estão introdução ao escopo e ao contexto do projeto, discussão inicial para identificar problemas-chave e oportunidades, coleta de ideias e debate aberto sobre desafios e aspirações da comunidade.
Na sequência, desenvolvem-se propostas, com os participantes divididos em pequenos grupos de trabalho, que produzem esboços, mapas e representações iniciais das ideias. As sugestões preliminares são apresentadas pelos grupos para coleta de comentários e ajustes com base nos retornos. Em seguida, há uma revisão detalhada para eliminar inconsistências. E, por fim, acontece a apresentação final do projeto com representações gráficas e detalhamentos técnicos. “As propostas são novamente compartilhadas para validação coletiva das soluções apresentadas”, destaca Renata.
E se você acha que acabou, está enganado! Na fase final da metodologia charrete está a implementação e o monitoramento de tudo que foi decidido. “Após a conclusão, o foco se volta para a síntese dos resultados e para a preparação da implementação do projeto”, completa a arquiteta. Ela lembra que, além deste método, o mercado imobiliário conta com outros formatos de design coletivo ou colaborativo como workshops participativos personalizados, design thinking para cidades, mapeamentos colaborativos, prototipagem e gamificação urbana. “Todos têm como base a escuta dos públicos interessados e a busca por consensos. A diferença está no objetivo específico do processo e no contexto do projeto. Para entender qual o melhor, é preciso contar com a assessoria de especialistas, que poderão guiar o incorporador nesta tomada de decisão”, recomenda Renata.
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Conteúdo elaborado pela redação Urban Systems.