A nova fase dos Outlets no Brasil

Depois de experiências malsucedidas de implantação na década de 90, o segmento dos outlets – centros de compras voltados, principalmente, às liquidações – volta a chamar atenção no mercado de shopping centers. Disposto a não cometer os mesmos erros, o setor tem se profissionalizado e se inspirado em modelos de sucesso dos Estados Unidos e de alguns países da Europa.

Atualmente, 17% dos shoppings especializados do País, pertencem ao segmento de outlets, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce)*. Ainda de acordo com a instituição, o Brasil conta com 15 empreendimentos nesse modelo em funcionamento e outros 6  novos devem ser inaugurados até 2020.

Erros do passado

É verdade que, na década de 90, o País vivia um momento difícil para o varejo com altas taxas de juros, inflação, além do baixo incentivo ao consumo. No entanto, um fator determinante para o fracasso dessa primeira tentativa de investimentos em outlets no Brasil foi a falta de conhecimento em relação ao modelo de negócio. Os empreendedores daquela época não seguiram algumas das regras fundamentais para esse tipo de empreendimento.

A primeira delas diz respeito à localização dos projetos que, naquela época, foram construídos dentro de grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo. Em alguns casos, os centros de compras eram instalados próximos a shopping centers tradicionais, prejudicando o fluxo de pessoas nos outlets. Outro erro foi utilizar os outlets apenas para venda de pontas de estoque, o que transformou esses empreendimentos em sinônimo de produtos com má qualidade.

Nova fase

A nova fase dos outlets no Brasil começou em 2009, quando a General Shopping inaugurou o Outlet Premium São Paulo em Itupeva, a 79 km da capital. O sucesso do empreendimento motivou uma nova onda de investimentos no mercado. Inspirados em lojas americanas e europeias os novos projetos passaram a ser instalados às margens de rodovias importantes e não tão próximos aos centros urbanos.

Outra mudança relevante foi o entendimento dos lojistas e marcas sobre as necessidades do negócio no Brasil. A partir de então, as marcas passaram a lançar novas coleções ou criar produtos exclusivos para lançamentos em outlets (MFO – Made for Outlets). Com descontos de, no mínimo, 30% (chegando a 70/80%) e produtos de qualidade os outlets conquistaram o consumidor brasileiro.

E para o investidor, as vantagens são muitas. As empresas se beneficiam, principalmente, da economia com infraestrutura, uma vez que os outlets são projetados para serem econômicos em todos os aspectos. Por regra, as lojas têm apenas um andar e os espaços são abertos para reduzir os gastos com obras e energia elétrica (maior iluminação natural, ausência de climatização nos corredores).

Além disso, ainda que os produtos sejam vendidos com descontos altos e contínuos, a vantagem para os lojistas é significativa por conta do maior volume de vendas e do maior gasto médio dos consumidores. Outro fator importante para as marcas é que, pela distância das lojas tradicionais, o outlet se torna o lugar ideal para vendas sazonais ou de produtos que não tiveram grande aceitação no canal regular de vendas.

Desafios do setor

Diferentes dos shoppings centers tradicionais, que concentram seu pico de movimento de segunda à sexta, os outlets têm 70% do fluxo de pessoas registrado no final de semana. Portanto, o desafio apresentado pelo mercado atual é atrair público durante os outros dias.

Além da localização estratégica e dos preços atrativos o lojista deve considerar outras vantagens/diferenciais que atraiam o consumidor como praças de alimentação, áreas de lazer ou proximidade a centros turísticos e hotéis. Para que essa lógica funcione, é preciso que esteja alinhada às características regionais culturais, de demanda e deoferta do local de implementação do outlet.

Urban Systems

Para facilitar a tomada de decisão do investidor e mitigar os riscos inerentes a implantação de um novo empreendimento de varejo, a Urban Systems oferece soluções focadas na necessidade de cada negócio e de cada região. A empresa é especialista em inteligência de mercado e seus estudos permitem que o investidor tenha um dimensionamento do mercado em que irá se inserir, além do entendimento do modelo de consumo da população local.

Para saber mais, entre em contato com a Urban Systems.

Leandro Begara, Diretor de Inteligência de Mercado na Urban Systems.

*Fonte Associação Brasileira de Shoppings Centers: https://bit.ly/2mbatNW

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