Encontros Temáticos Energia e Empreendedorismo

E dando sequência aos nossos textos explorando os encontros temáticos do Connected Smart Cities, trago hoje algumas reflexões sobre os eixos de Energia e Empreendedorismo, discutidos em encontros temáticos virtuais com especialistas nos dias 29 de março e 12 de abril, respectivamente.

Vale sempre destacar que a Urban Systems e a Necta, correalizadoras do Connected Smart Cities estão realizando ao longo deste ano 13 encontros temáticos quinzenais gratuitos que trazem especialistas, representantes das cidades e acadêmicos para discutir indicadores para a edição 2022 do Ranking Connected Smart Cities. Já foram realizados os seguintes encontros: o primeiro apresentando o conceito dos eventos e metodologia do Ranking CSC, encontro temático de saúde (08/03), encontro temático de educação (15/03), energia (29/03) e empreendedorismo  (12/04)

Eixo de Energia

Sendo o único dos 11 eixos temáticos sem ranking próprio, ou seja, sem a realização de uma ponderação de indicadores que visam apresentar as cidades com maior desenvolvimento inteligente no âmbito das cidades inteligentes, nosso encontro que abordou o Eixo de Energia trouxe ao debate, representantes de concessionárias de Iluminação Pública, secretários municipais e especialistas, que abordaram principalmente às questões quanto às PPPs de Iluminação Pública e a necessidade de indicadores que auxiliem a mostrar a qualidade do setor e não a quantidade.

O motivo do eixo de energia não ter um Ranking próprio está atrelado ao fato de que são poucos os indicadores direta ou indiretamente relacionados ao tema Energia. Dos 5 indicadores utilizados, 3 deles referem-se à existência de usinas de geração de energia de fontes renováveis: eólica, fotovoltaica e de biomassa. Assim, mesmos que esta questão seja relevante, elas existem em paralelo, representando mais da metade dos indicadores possíveis de serem coletados para este eixo no mesmo tema: fontes renováveis de energia.

Assim, a realização de um Ranking com essa ponderação de indicadores, enviesaria qualquer lista de municípios, pontuando apenas aqueles que possuem investimento privado em geração de energia por fontes diferentes da hidrelétrica e renováveis. Importante frisar que a maioria das usinas com potência outorgada para geração de energia elétrica fotovoltaica, eólica ou de biomassa, são usinas privadas para consumo próprio e excedente revertidos para o sistema único.

Quando olhamos os indicadores de energia presentes na ISO 37122 de indicadores para cidades inteligentes, conseguimos identificar algumas distâncias entre a realidade dos dados solicitados e a realidade das cidades brasileiras. Pela norma técnica são avaliados, em relação à iluminação pública, o percentual de pontos de IP que tenham sido recentemente remodelados ou instalados e o percentual dos mesmos que sejam gerenciados por sistemas de telegestão. Há de se convir que ambos os pontos são relevantes, o primeiro desde que esta remodelagem pressuponha modernização e o segundo que compreende uma telegestão eficiente e economicamente viável. Entretanto, muitas cidades brasileiras estão ainda na fase de fazer seu inventário de quantos pontos de IP possuem, uma vez que a municipalização dos serviços deixou cidades sem essa informação.

Outro ponto abordado na norma técnica refere-se à geração de energia por meio de tratamento de águas residuais ou de resíduos sólidos, porém sem termos acesso a informações similares por parte das concessionárias dos serviços em questão. Por fim, no âmbito da dificuldade de captação de dados, apesar da ANEEL contar com portaria sobre o número de estações de carregamento de veículos elétricos, esta não obriga o cadastro das mesmas, apenas os recomenda, tendo assim um registro inferior à quantidade real de estações.

Eixo de Empreendedorismo

Contando com representante das cidades mais bem posicionadas no recorte de Empreendedorismo do Ranking Connected Smart Cities, este encontro temático contou com participação de representantes das cidades de Curitiba, Rio de Janeiro, Recife, Manaus e São José dos Campos. A participação ativa de todos inclusive gerou menor tempo de debate, dado ao fato que cada representante trouxe bastante conteúdo relevante a respeito das ações das cidades para o desenvolvimento do empreendedorismo em suas cidades.

O debate deste eixo, que tem bastante sinergia com educação, economia, governança, tecnologia e inovação, gerou uma série de insights para novos indicadores no âmbito de empreendedorismo. Além destas sugestões de novos indicadores, outro ponto relevante e de atenção foi o fato de as cidades corroborarem a dificuldade em conseguirem informações (falta de transparência e acesso à informação) a respeito de dados de Patentes e Bolsas de Pesquisa (CNPq), anteriormente dados de mais fácil acesso e que faziam parte do Ranking Connected Smart Cities até edições anteriores.

No âmbito dos indicadores a serem avaliados estão: a existência de leis de incentivo a inovação, que trazem subsídios ou estratégias que permitem maior facilidade ao desenvolvimento de novas empresas; a existência de conselhos de inovação, que reunindo diferentes atores, pode discutir e propor alterações nas leis da cidade ou na forma de conduzir o setor; alíquota de ISS (imposto sobre serviços) para o setor de tecnologia, que tende a incentivar a abertura de empresas ou criar melhores condições para o desenvolvimento destas empresas com menor carga tributária; e por fim, o tempo médio de abertura de empresas em uma cidade, que representa a desburocratização e a eficiência do setor público em facilitar e agilizar que negócios surjam e operem nas nossas cidades.

E você? Tem alguma sugestão para indicadores a serem avaliados no eixo de Energia ou Empreendedorismo? Conte para nós aqui embaixo, ou envie sua sugestão para contato@urbansystems.com.br.

Não perca nossos próximos encontros. Acesse a agenda de eventos aqui.

Conteúdo elaborado por Willian Rigon, Diretor Comercial e Marketing da Urban Systems

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