Eventos Temáticos do Ranking Connected Smart Cities: Saúde e Educação

Idealizados com o objetivo de tornar a elaboração do Ranking Connected Smart Cities ainda mais colaborativa e transparente, a Urban Systems e o Connected Smart Cities estão realizando uma série de eventos temáticos, 13 encontros no total, para abordar cada um dos 11 eixos temáticos que compõe o estudo e discutir possíveis novos indicadores ou fontes e métricas para compor a edição 2022 do Ranking CSC.

Iniciamos a série de encontros em 22 de fevereiro deste ano, com a presença da Paula Faria, CEO da Necta e idealizadora do Connected Smart Cities, Iara Negreiros Consultora Associada na SPIn / Doutora, Escola Politécnica da USP / ABNT/CEE-268 – “Cidades e Comunidades Sustentáveis”, e eu que vos escrevo, diretor de Marketing da Urban Systems e pesquisador responsável pelo Ranking Connected Smart Cities.

Este primeiro encontro, mais curto, e que eu realmente recomendo que todos aqueles que querem conhecer um pouco mais do estudo, e opinar sobre ele, confiram (acesse aqui). O encontro foi um importante momento para reapresentarmos o Ranking, considerando a apresentação de esclarecimentos sobre o processo de definição de indicadores que compõe o estudo, trazendo as dificuldades e os processos de coleta de dados, apresentando a problemática da frequência de atualização e da abrangência de dados, além de discutir questões quanto a regionalização e o porte das cidades no país.

Aliás, esta questão final, das diferenças entre as cidades em um país continental e tão heterogêneo como o nosso, foi ponto de bastante reflexão, permitindo também esclarecer o papel e objetivo do Ranking Connected Smart Cities, que não tem intenção de ser o único avaliador do nível de desenvolvimento inteligente das cidades, mas sim servir como um diagnóstico inicial de cada cidade e ainda provocar a discussão das necessidades do olhar segmentado e conectado (connected) entre os eixos que compõe uma cidade.

Ainda dentro da oportunidade de reapresentar o conceito do estudo, também foi lembrado que o termo “connected” tem alusão a dois fenômenos, o primeiro já apresentado no parágrafo anterior, e o segundo, referindo-se a conexão dos diversos atores que são responsáveis pelo desenvolvimento das nossas cidades inteligentes, não cabendo apenas a gestão pública municipal esta tarefa, mas sim com a colaboração das demais esferas do poder público (estadual e federal), assim como empreendedores, academia, pesquisadores, empresas e entidades.

Encontro Eixo Saúde

Nosso segundo encontro, já após o carnaval, quando tradicionalmente consideramos o ano iniciado, contou com a participação de especialistas, acadêmicos e setor público, para abordar um dos eixos preterido por muito dos estudiosos da cidade (confira quem foram os convidados e como foi o encontro aqui).

De partida, as conexões entre o eixo de Saúde e os demais eixos que compõe uma cidade inteligente foram o destaque, mostrando da importância dessa visão mais horizontal da cidade, em relação as visões nichadas por secretarias ou grupos de estudo. O tradicional relacionamento de meio ambiente (infraestrutura de saneamento e acesso a água) com a saúde da população iniciou esses comparativos, seguido pela indução da mobilidade ativa, pelas ciclovias, que além de impactarem na qualidade do ar, também estimulam a atividade física da população de uma cidade. Já Alex Florindo alertou sobre o fato do planejamento urbano muitas vezes não contar com a participação da secretaria de educação, por exemplo, na revisão do plano diretor, quando é importante que haja foco em saúde ao pensar o desenho e as diretrizes de uma cidade.

Assim, temas como walkability (andabilidade) das cidades também teve seus momentos de discussão, mais uma vez conectando a mobilidade e o planejamento urbano com o eixo de saúde. Também teve atenção na discussão, o indicador de qualidade do ar, atrelado ao eixo de meio ambiente, com um debate rico quanto a questão da metodologia de apuração, a abrangência de coleta de dados e as formas indiretas que este indicador poderia ser inserido na pesquisa, considerando, por exemplo, como sugerido por Tatiana Tucunduva, o indicador de doenças respiratórias per capita, que permitiria mensurar indiretamente a qualidade do ar nas cidades brasileiras.

Com bastante participação nos comentários da transmissão online, além da plataforma Sli.do, a audiência participou com sugestões, novas problemáticas e recebendo esclarecimento quando cabível. Uma questão não foi respondida ao vivo, e trazemos o esclarecimento a seguir, quanto a metodologia do indicador “mortalidade infantil”.

O dado de mortalidade infantil no Ranking Connected Smart Cities, a partir de 2018 passou a ser elaborado por meio dos dados do Datasus, após uma defasagem de atualização. O indicador, apesar da nomenclatura de mortalidade infantil, calcula o total de óbitos a cada mil nascidos vivos (pelo local de residência da mãe), considerando os dados disponíveis na plataforma. O último período disponível é de 2019.

Encontro Eixo Educação

Já em 15 de março foi a vez de abordar os indicadores do eixo de educação, trazendo para a discussão, além da participação da Iara Negreiros, representantes das três cidades mais bem posicionadas neste eixo na edição 2021 do Ranking Connected Smart Cities: Vitória (ES), São Caetano do Sul (SP) e Mineiros (GO).

As apresentações das cidades se pautaram em ações e outros indicadores utilizados para medir e apurar as iniciativas do poder público em cada uma das respectivas cidades, trazendo ainda para a pauta de discussão: os impactos da pandemia do coronavírus no setor de educação, principalmente na educação básica; a questão do dinamismo de alguns indicadores, como o indicador de matrícula no ensino básico público por meio do site da prefeitura, que se estendeu para muitos novos municípios; a divisão de responsabilidade das diferentes esferas públicas no que tange a educação básica, com o município, o estado e o governo federal dividindo níveis de ensino e atuando de formas complementares na cidade; entre outros assuntos.

Este último ponto permitiu novamente apresentar esclarecimento sobre o Ranking Connected Smart Cities, apresentado no primeiro encontro, que tem como foco a avaliação da cidade em seu nível de desenvolvimento inteligente, não sendo intenção do estudo avaliar o governo municipal (gestão), pois como já abordado, a responsabilidade de transformas nossas cidades em cidades inteligentes, é de todos os atores que a compões.

As discussões neste segundo encontro, apesar de também se mostrarem ricas, não chegaram a propor novos indicadores para o eixo de Educação, mas contribuíram bastante por abordar pontos específicos dos estudos de cidades. A defasagem ou periodicidade da informação, muitas vezes com dados mais antigos e distantes da realidade atual, como os indicadores do microdados da educação superior, com uma distância superior a de 2 anos entre o último dado e o período vigente, distanciando o estudo da realidade atual.

Outros dois pontos de destaque referem-se à sugestão de consideração de indicadores “evolutivos” no estudo de cidades, que em verdade já são contemplados nos indicadores de “crescimento…” do Ranking CSC e permitiram o esclarecimento quanto a importância de destacar indicadores com caráter comparativo dos indicadores com caráter evolutivo, sendo que quando na gestão da cidade, o acompanhamento das iniciativas e ações devem ser feitas sempre baseando-se em análises evolutivas. Último ponto que vamos discutir neste texto, refere-se a questão de qualidade versus quantidade.

Novamente voltamos a atenção para o objetivo do estudo do Ranking CSC, que como análise comparativa entre cidades com intuito de gerar e provocar a discussão sobre os eixos analisados, permite que a gestão pública e demais responsáveis pelo desenvolvimento inteligente da cidade possam se aprofundar nos indicadores utilizados, quando do monitoramento e elaboração de ações para melhoria da cidade.

Por fim, e agora considerando tanto o eixo de educação e saúde, a Urban Systems sempre chama a atenção para o olhar geográfico da cidade. A gestão municipal deve avaliar sua cidade considerando sua regionalização, suas particularidades, o deslocamento da população e a espacialização da oferta de serviços. Os indicadores do Ranking que trazem um número médio da cidade em determinada característica ou avaliação, não necessariamente se aplica a todas as diferentes que a realidade possui. Podemos considerar que “o preço médio da energia” é o mesmo na cidade toda, mas os índices de abandono escolar, as notas médias do ENEM ou Ideb e demais indicadores se comportam e forma diferente no território da cidade e devem ser assim avaliados para trazerem políticas públicas efetivas e condizentes com as diferentes realidades vividas nas cidades.

Quer pensar sua cidade de forma conectada e inteligente? Fale com a Urban Systems e vamos juntos transformas nossas cidades em cidades mais inteligentes.

Conteúdo elaborado por Willian Rigon, Diretor Comercial e Marketing da Urban Systems

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