Urban Systems desenvolve estudo de potencial de mercado para Parque Tecnológico BioTIC em Brasília (DF)

O trabalho identificou os melhores usos para o local e maneiras seguras para o investidor, com contrapartida justa para os usuários e poder público

O Parque Tecnológico do Distrito Federal começou a ser concebido em 1991, mas foi a partir do ano 2000 que começou a buscar outros usos e formatos. Em dezembro de 2002 foi aprovada a Lei Complementar Distrital 697 que permitiu a criação do Parque. O local escolhido é terreno de 1 milhão de metros quadrados, entre a Granja do Torto e o Parque Nacional de Brasília.

Com foco na inovação em Biotecnologia e Tecnologia da Informação e Comunicação, o BioTIC será o principal polo de desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do Distrito Federal. O projeto viabilizará a instalação de diversas empresas, além de instituições de pesquisa e centros de inovação. Para essa finalidade, estão disponíveis 95,9 hectares de propriedade da Terracap, com possibilidade de expansão.

A previsão é de que mais de mil empresas, entre startups e multinacionais estejam presentes no local. Em setembro começou o “road show’’ para apresentar o projeto a 40 investidores institucionais, além de outras três rodadas para atingir a meta de R$ 6 bilhões em patrimônio líquido, Victor Biedetti, CEO da Integral BREI afirma “vejo esse fundo como um divisor de águas no setor de FII, talvez seja o maior projeto das Américas nos últimos anos”. A Terracap é a primeira cotista da estrutura e vai gerir o Parque Tecnológico de Brasília. O fundo está sendo organizado pela Integral BREI, uma das maiores estruturadoras desse tipo de carteira no mundo. Um dos principais objetivos da Biotic é produzir tecnologia, inovação, melhorar a qualidade dos serviços prestados no Distrito Federal.

Para auxiliar na captação de recursos demonstrando a viabilidade de usos do local e a projeção de demanda, a Integral BREI contratou a Urban Systems para o trabalho.

Bairros planejados e a tecnologia

De acordo com as pesquisas e estudos realizados pela Urban Systems, os empreendimentos tecnológicos e o desenvolvimento imobiliário sob o conceito de bairros planejados e smart cities podem ser desenvolvidos separadamente, porém apresentam grande sinergia juntos. Dessa forma, além de combinar uma alta capacidade de empreendedorismo e de inovação, consegue articular os principais atores ou partes interessadas (stakeholders) para dinamizar a cidade/região e fazer com que as capacidades de fato gerem impactos e benefícios econômicos e sociais. “A Urban Systems constatou que o BioTIC é uma âncora importante para fomentação de produtos imobiliários. Ou seja, o desenvolvimento do hub tecnológico e o seu sucesso serão primordiais para alavancar a ocupação dos demais empreendimentos imobiliários” comentou André Cruz, sócio e diretor de planejamento urbano da Urban Systems.

Para o sucesso do projeto como um todo é necessário estimular a capacidade de inovação e empreendedorismo por meio de infraestrutura e serviços de suporte aos futuros ocupantes, criando um Ecossistema de impacto. “O projeto deverá se preocupar em fomentar uma rede formal e informal para facilitar o fluxo de recursos e informações”, explica.

É preciso desafiar instituições (empresas, academia e governo), gerando valor tanto com foco no mercado quanto nas demandas sociais. Um conjunto de atores sociais e econômicos, públicos e privados, ambientes de inovação e políticas que viabilizam e dinamizam espaços e territórios inovadores e empreendedores.

Ainda de acordo com o estudo, o BioTic deverá se preocupar em fomentar uma rede formal e informal para facilitar o fluxo de recursos e informações entre as cinco esferas (Academia, Funding/Incentivos Fiscais, Governo, Setor Privado e Serviços de Suporte).

Distrito de Inovação

Os chamados Distritos de Inovação, são áreas geográficas dentro das cidades, integradas às áreas urbanas, em que instituições âncoras de vanguarda e clusters de empresas conectam-se com startups, aceleradoras e incubadoras. Nesses espaços colaborativos, empreendedores podem ter acesso a vários recursos, desde assessoria jurídica até sofisticados equipamentos de laboratório. Trata-se de um ambiente fisicamente compacto, tecnologicamente conectado (technically-wired) e de fácil acessibilidade (walkable design e transit-accessible).

Segundo o Presidente do Banco de Brasília (BRB) Paulo Henrique Costa, o Branco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF) irão instalar seus data centers no Biotic sendo âncoras no projeto, já o Banco de Brasília irá inaugurar um centro de inovação tecnológica especifico para o setor financeiro, de seguros, de meios de pagamento e governo digital “já selecionamos 23 startups que vão estar sediadas dentro do programa BRB Labs, que vão vir dos EUA, México, Canadá e de vários estados do País”.*

Além disso, essas áreas oferecem a possibilidade de uso misto, ou seja, podem combinar atividades universitárias, espaços de pesquisa, escritórios, moradia e outras comodidades adicionais, tais como restaurantes e lojas de varejo. “O estudo desenvolvido pela Urban Systems demonstra que é dessa forma que o Biotic deve se colocar. Para que o conceito de Distrito de Inovação seja explorado e divulgado para que o propósito do Biotic no cenário nacional seja conhecido”, disse André Cruz.

“Desde a primeira etapa, vão ser contemplados todo tipo de estruturas, de universidades e empresas âncoras de tecnologia a residências e escritórios. Teremos um setor inteiro de casas de estudantes, por exemplo, de hotelaria e assim por diante.” Dizem os coordenadores*. Além da capital nacional ser vista como um lugar aberto à inovação e o Governo Federal ser um dos maiores clientes de tecnologia no Brasil, é notório na cidade a presença de empresas diversificadas nesses tipos de serviços. Outro facilitador é formação de mão de obra qualificada com o Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade Nacional de Brasília (UNB), que tem fomentado o empreendedorismo dentro da Universidade. Com tais características, é necessário que BioTIC consiga atrair empresas âncoras, para fomentar ecossistema e outras

Desafios

Alguns fatores são considerados fundamentais para a viabilidade do projeto. Entre eles, o fato de o poder público ser o principal parceiro para desenvolvimento do Parque. Considerando os governos Federal e Estadual, sendo necessário contar com incentivos/subsídios para que as empresas se estabeleçam e tributação competitiva e fornecedora de recursos para desenvolvimento de tecnologias e sua implementação comercial.

O estudo mostra também que um dos benefícios de um parque tecnológico na visão de empresas de grande porte é a possibilidade de reter mão de obra qualificada, portanto, parceria com instituições de ensino superior ou implantação de campus com cursos voltados para área de tecnologia são importantes. Como exemplos podemos citar os Parques tecnológicos de São Carlos, São José dos Campos, cases se sucesso por combinarem Universidades e empresas âncoras.

Conteúdo elaborado pela redação Urban Systems

Fonte:
*Valor Econômico

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