Barueri (SP) e Macaé (RJ) se destacam como as melhores cidades para investir no setor comercial

Mesmo com o isolamento social imposto pela pandemia, o Estado de São Paulo ainda concentra 30% das melhores cidades para investir no Setor Comercial

O comércio de todo o País passou por profundas mudanças e adaptações em função da pandemia da COVID-19. O Estado de São Paulo parece ter se adaptado mais rapidamente concentrando 30% das melhores cidades para se investir no setor comercial, segundo demonstra o estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios (MCN), desenvolvido pela Urban Systems. O estudo é publicado anualmente pela revista Exame desde 2014 e avalia por meio de dados e indicadores todas as cidades com mais de 100 mil habitantes do País, identificando aquelas que possuem maior oportunidade de investimentos por meio do setor privado. Diante da pandemia do coronavírus, ocorreu a necessidade de reavaliar o estudo e aplicar novos parâmetros para que os empresários pudessem ter em mãos dados que permitam direcionar investimentos com mais segurança.

O MCN utiliza-se de dados e indicadores atuais, coletados por meio de metodologia própria, que permitem resultados mais próximos da realidade vigente. A edição 2020 traz um novo conceito, estrutura e indicadores que acompanham as mudanças que o Brasil e o mundo passam. A nova edição também possui recortes não mais em categorias mas em seguimentos econômicos, sendo eles: Educação, Comércio, Serviços, Indústria, Mercado Imobiliário/Construção Civil e Agropecuária. O estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios traz ainda um eixo denominado MACRO CENÁRIO, comum a todos os setores, trazendo indicadores da conjuntura econômica e pandêmica atual.

Comércio

Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)*, o volume de vendas do comércio varejista caiu 6,1% em dezembro na comparação com novembro, quando variou -0,1%. É a queda mais intensa para um mês de dezembro de toda a série histórica, iniciada em 2000.

Apesar dos resultados negativos nos últimos dois meses do ano, o acumulado de 2020 fechou com alta de 1,2%. Ainda segundo a pesquisa, mesmo com o recuo de dezembro, as vendas do varejo se igualaram ao patamar de fevereiro, período pré-pandemia.

Considerando o grande impacto da pandemia no comércio, o estudo desenvolvido pela Urban Systems mapeou as melhores cidades para investir no setor comercial por meio da análise de 11 indicadores, além dos indicadores do Macro Cenário. Entre eles estão indicadores relativos a evolução dos setor (oferta), a dinâmica de empregos, o impacto do isolamento social no número de empregos, bem como relativos a demanda. Dessa forma, algumas cidades, que são referência no setor comercial perderam destaques, principalmente, considerando a inserção de indicadores atuais, relativos a pandemia.

“Um dos maiores impactos econômicos causados pela pandemia e consequente isolamento social foi o fechamento do comércio. Assim, muitas regiões das cidades que eram polos comerciais sofreram impacto muito grande. A restrição de circulação restringiu o consumo físico e gerou fechamento de muitos estabelecimentos e a perda de muitos empregos no setor”, comenta Willian Rigon, Diretor de Marketing da Urban Systems e responsável pelo estudo.

O estado de São Paulo concentra 30% das melhores cidades para investir no Setor Comercial, não apenas pelo fato das medidas realizadas nas principais cidades, da atuação do Governo Estadual, mas também em função de questões referentes aos indicadores de desenvolvimento do setor, crescimento da demanda, disponibilidade e infraestrutura de banda larga, que permitiu que os estabelecimentos se adaptassem e dessa forma pudessem superar a crise.

O Paraná é o segundo estado com maior quantidade de cidades na lista das melhores para investir em varejo (13 cidades, sendo São José dos Pinhais, na 16ª posição a melhor posicionada), seguido pelo Estado do Rio de Janeiro, com oito cidades na lista, sendo Macaé na 3ª posição a cidade melhor posicionada do Estado.

Barueri (SP)

A cidade de Barueri, em São Paulo, sempre esteve entre as Melhores Cidades para Fazer Negócios, com indicadores focados em desenvolvimento econômico, social, infraestrutura e capital humano. Considerando a edição 2020 do estudo MCN, a cidade continua em destaque principalmente nos setores Comercial e de Serviços, mesmo considerando os impactos da Pandemia da COVID-19.

Em relação ao saldo de empregos de 2020, a cidade registrou (entre janeiro e agosto) uma redução de apenas 137 empregos, o crescimento de empregos no início do ano, mais a retomada após junho permitiram um menor impacto na economia da cidade durante a crise.

A cidade, que é Polo de Empregos, com índice de 1,57 empregos para cada residente em idade economicamente ativa, tem uma renda média dos trabalhadores formais na faixa de R$ 3.893,00 e registrou nos últimos períodos analisados, crescimento do número de estabelecimentos no comércio varejista (1,07%) e atacadista (7,23).

A cidade mantém um crescimento populacional, na faixa de 1,02% no último período analisado (demanda residente), além do já pontuado polo de empregos, com alto fluxo de população flutuante, com oportunidade de consumir no varejo (e serviços da cidade) antes do retorno às suas regiões de origem.

Importante ressaltar que apesar da cidade ter tido uma queda nos números de emprego do setor comercial no período, ou seja, redução da atividade, o saldo dos demais setores é positivo, apontando manutenção da renda e da demanda, com redução de oferta concorrente.

Macaé (RJ)

Diferentemente de Barueri (SP), na primeira posição, Macaé, no Rio de Janeiro (3ª colocada), mostra-se uma boa cidade para investir devido ao seu perfil econômico, pelo impacto nos empregos do setor, pelo perfil elevado da renda dos trabalhadores formais da cidade e pela menor letalidade da COVID-19 na cidade.

Analisando apenas o impacto nos empregos formais em 2020, a cidade registra uma redução de 10,38% dos empregos, sendo o setor comercial responsável por uma pequena parcela desses empregos. Entretanto, a cidade traz um ecossistema além da situação pontual empregatícia, com uma letalidade baixa em relação à média brasileira, de 1,82% óbitos entre os infectados.

Olhando diretamente para o comércio, a cidade chegou a 2020 com um crescimento positivo na renda dos trabalhadores do setor comercial (4,38% no atacadista e 0,37% no varejista), além de um crescimento populacional de 1,88% no período, quase 5 mil habitantes.

Macaé também se sobressai em serviços, o que é fruto de uma renda média mensal elevada para os padrões brasileiros: R$ 5.800,00 entre os trabalhadores formais. Durante a pandemia, os dados do Auxílio Emergencial do governo revelam um aporte de R$ 208,7 milhões na economia da cidade, o que em números médios, seria algo em torno de R$ 798 por habitante.

A cidade tem uma menor penetração de banda larga, 0,21 por habitante, o que apresenta ainda um mercado menos competitivo entre o comércio varejista offline e online.

Para ver estes e outros destaques, confira a edição 1223 da Revista Exame ou acesse nosso estudo completo aqui.

Você pode conferir também as publicações e edições anteriores do estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios (com metodologia anterior) em nosso site.

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Conteúdo elaborado pela redação Urban Systems

*Fontes:

IBGE