Estudo traz São Paulo (SP), Recife (PE) e Belo Horizonte (BH) como destaques no setor da educação

A educação foi um dos setores mais impactados pela pandemia causada pela COVID-19; as capitais se destacaram com melhores resultados.

O estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios (MCN), desenvolvido pela Urban Systems, é publicado anualmente pela revista Exame desde 2014 e avalia por meio de dados e indicadores todas as cidades com mais de 100 mil habitantes do País, identificando aquelas que possuem maior oportunidade de investimentos por meio do setor privado.

A pandemia causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) em 2020, trouxe com ela a necessidade de reavaliar os dados e aplicar novos parâmetros para que o estudo se mantivesse um instrumento importante para que empresários direcionem seus investimentos de maneira menos arriscada em momentos de crise como esse.

Baseado em metodologia própria de coleta, o MCN utiliza-se de dados e indicadores atuais que permitem resultados mais próximos da realidade vigente e a edição 2020 do estudo traz uma renovação em seu olhar, compreendendo novo conceito, estrutura e novos indicadores que acompanham as mudanças que o Brasil e o mundo passam. A nova edição também traz novos recortes não mais em categorias, mas em seguimentos econômicos, sendo eles: Educação, Comércio, Serviços, Indústria, Mercado Imobiliário/Construção Civil e Agropecuária. O estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios traz ainda um eixo denominado MACRO CENÁRIO, comum a todos os setores, trazendo indicadores da conjuntura econômica e pandêmica atual.

Educação

A Educação foi um dos setores mais impactados pela COVID-19 tanto na rede pública como privada. Mais de 1,5 bilhão de alunos e 60,3 milhões de professores de 165 países foram afetados pelo fechamento de escolas para conter o avanço da disseminação do vírus. Durante esse período, muitas instituições de ensino particulares, acabaram fechando as portas por falta de alunos e pagamentos.

Willian Rigon, diretor comercial e marketing da Urban Systems e responsável pela pesquisa lembra que o setor da Educação é interligado de muitas formas ao crescimento econômico: “cidades com crescimento econômico e distribuição de renda, tendem a ter aumento de demanda no ensino básico particular e também para o ensino superior. Infelizmente, o sentido inverso também é verdadeiro, e em momentos de aumento de desemprego, o setor de educação sofre também o impacto das crises”.

Para a identificação das Melhores Cidades para Investir em Educação, além dos indicadores do Macro Cenário, foram utilizados indicadores relativos a evolução do setor (estabelecimentos e matrículas), dos dois principais segmentos de educação, básica e superior. Foram analisados também a questão do ecossistema, a representatividade daquele mercado no cenário brasileiro e também a dinâmica de empregos do setor, considerando o impacto do isolamento social na oferta de empregos.

Na análise e apresentação dos dados, é importante ressaltar que não houve segmentação de melhores cidades para investir em educação básica ou superior especificamente, em função de que, por volume, uma cidade com bom cenário para investimento em Educação, deve apresentar oportunidades para ambos os níveis de ensino, presente e futura. Importante destacar também o papel da Educação, não apenas como um segmento de investimento para o setor privado, mas também sua relevância na criação de ecossistemas saudáveis e sustentáveis de desenvolvimento de serviços, indústria, e demais setores, considerando um importante instrumento para o desenvolvimento de capital humano nas cidades, seja como mão de obra qualificada, como também servindo como base para inovação e empreendedorismo.

A lista das 10 melhores cidades para investir em Educação está ocupada apenas por Capitais Estaduais, o que evidencia uma concentração de investimentos nestas cidades, gerando inclusive a migração de famílias ou estudantes (nível superior) para as cidades com maior infraestrutura ou melhores empregos. Apesar disso, é possível notar também uma maior dispersão em relação às oportunidade por Estados Brasileiros.

“Apesar dessa concentração, investidores devem avaliar também as especificidades dos demais mercados, se atentando ao poder aquisitivo das famílias, ou aos clusters econômicos que movem as economias regionais, a fim de fazerem investimentos assertivos, hora no padrão de escola privada, hora na grade de cursos oferecidos na educação superior”, completa Rigon.

São Paulo e sua potência econômica registra 25 cidades entre as melhores para investir em educação. Além da capital, destacam-se: Guarulhos (14ª posição), São José do Rio Preto (17ª), Piracicaba (18ª) e São José dos Campos (22ª).

SÃO PAULO (SP)

A cidade de São Paulo (SP), foi uma das mais impactadas pela pandemia no País e, embora tenha perdido espeço entre as melhores para investir em serviços e comércio, mantém sua hegemonia em setores como Educação e Mercado imobiliário. A capital paulista, apesar de registrar nos últimos anos, redução do número de matrículas no ensino superior (total e privado), ainda é representativa quando avaliamos o total de matrículas do setor, com 15% de todas as matrículas no ensino superior do País realizadas na cidade.

Em relação a educação básica, setor que apresentou no último período um crescimento de 4,02% no número de matrículas da educação básica privada (fruto de uma recuperação econômica impactada em 2020 pela pandemia) a cidade de São Paulo concentra 10,7% de todas as matrículas no segmento.

O setor de educação, que apresentou no país uma redução no número de empregos, registrou na cidade de São Paulo uma estabilidade, com saldo entre janeiro e agosto de 2020 de 73 empregos positivos (pequeno aumento). Outro dado importante é que o estudo MCN não avalia a qualidade do ensino nas cidades, mas sim apresenta, com base em demanda, oferta e ecossistema, as cidades com maior oportunidade para investimento (privado) no setor.

RECIFE (PE)

A cidade de Recife (PE), mesmo com alto números de infectados e letalidade (Macro Cenário) em relação a Pandemia, com taxa de 6,72% de mortes por infectados, traz cenário positivo em relação aos investimentos no setor de educação. Vale ressaltar que a cidade, demonstrando um cenário de mudança de pirâmide etária e desaceleração da natalidade, apresentou, em 2019, uma redução no número de matrículas da educação básica total (1,38%) e também no universo privado (0,74%).

Mesmo assim, no mesmo período, o setor registrou crescimento de 1,2% dos estabelecimentos de educação básica. Já em relação ao setor de educação superior, houve crescimento no número de matrículas no segmento (1,05% no total), sendo de 0,55% na esfera privada.

Em relação ao impacto da pandemia nos empregos do setor de educação, a cidade de Recife registrou um cenário tendendo para a manutenção de empregos, com um saldo negativo de 20 empregos, entre janeiro e agosto de 2020, entretanto, nota-se que assim como outras cidades e estados, o setor também foi abalado pela pandemia.

Em relação a um ambiente propício para investimentos é importante destacar que a cidade de Recife (PE) tem cada vez mais se consolidado como um ambiente de inovação, empreendedorismo e inteligência e que para o sucesso desse ecossistema de inovação é importante investir em educação em todos os seus níveis, priorizando às questões tecnológicas e os novos modelos do setor. Quanto a educação superior, destacam-se também as oportunidades geradas pelos diferentes clusters da região metropolitana de Recife, não apenas os empregos de serviços e turismo, mas também os polos de SUAPE e as vocações industriais e logísticas da região.

BELO HORIZONTE (MG)

Na terceira colocação do Ranking das Melhores Cidades para Investir em educação está a capital Mineira Belo Horizonte (MG). Assim como São Paulo, a cidade foi impactada fortemente no seus indicadores econômicos, no que tange ao número de empregos formais, Belo Horizonte registrou saldo de 28 mil empregos fechados entre janeiro e agosto de 2020.

Entretanto, o setor de educação registrou crescimento de 82 empregos no mesmo período. A cidade, que apresenta ainda incertezas quanto a reabertura do setor de educação (com ações a favor e contra dos governos estadual e municipal), ao contrário de Recife, na segunda posição, apresentou resultados mais propícios para o investimento na educação básica e menor foco na educação superior. De acordo com dados do INEP (2019), Belo Horizonte registrou crescimento de 4,57% no número de matrículas da educação básica privada, com redução de 0,51% do número de matrículas total.

Em relação ao ensino superior, apesar de uma abertura recente de quatro novos estabelecimentos de educação superior, a cidade de Belo Horizonte (ainda em 2018), registrou redução de 3,83% no número de matrículas do ensino superior privado.

Para ver estes e outros destaques, confira a edição 1223 da Revista Exame ou acesse nosso estudo completo aqui.

Você pode conferir também as publicações e edições anteriores do estudo das Melhores Cidades para Fazer Negócios (com metodologia anterior) em nosso site.

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Conteúdo elaborado pela redação Urban Systems

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