Alta na taxa de juros não intimida ofertas de Fundos Imobiliários que chegam a quase R$15 bi nos primeiros meses de 2021

Caso as operações aprovadas pela CVM se concretizem, representarão quase 60% do que foi emitido no ano passado inteiro

Depois de seis anos, sendo sete meses com os juros no menor nível da história, o Comitê de Política Monetária (Copom)* do Banco Central elevou a taxa básica de juros da economia em 0,75%. Para o Banco Central, o aumento da Selic, deve segurar a inflação e terminar 2021 dentro da meta, de 3,75%. O Comitê define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia – a Selic e, segundo o Banco Central, na próxima reunião, que deve ocorrer no final de abril/início de maio, deve subir a Selic novamente em 0,75%.

Esse aumento parece não ter afetado muito as ofertas públicas de Fundos Imobiliários (FIIs). Segundo informações divulgadas no jornal Valor Econômico*. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou entre janeiro e 26 de março de 2021 R$ 4,7 bilhões em operações para distribuição ampla e há pelo menos outros R$ 10,2 bilhões em análise. Caso essas operações se concretizem, irão representar quase 60% do que foi emitido no ano passado inteiro, que movimentou quase R$ 25 bilhões em 75 lançamentos.

Durante a pandemia, os fundos de papel têm predominado. Suas carteiras são compostas entre outros por Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Já as ofertas de “de tijolo” têm encontrado demanda, principalmente, em galpões logísticos, em função da rápida aceleração tecnológica do período e o crescimento do comércio eletrônico no País.

Mercado de Fundos de Investimento

O atual momento favorece essa modalidade de investimento e existe um grande potencial a ser explorado, já que os FIIs correspondem a menos de 2% do total da indústria brasileira de fundos de investimentos. Considerando os fundos de investimento no geral, o Boletim de Fundos da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)* mostra que, no primeiro trimestre de 2021, houve captação líquida positiva de R$ 83,8 bilhões. O resultado representa avanço de 119,9% na comparação com o mesmo período de 2020 e foi a diferença de R$ 2,3 trilhões aportes e R$ 2,2 trilhões saques.

Os fundos de renda fixa puxaram o bom resultado com entradas líquidas de R$ 61,4 bilhões, ou seja, 73,3% do total captado. O montante é superior ao desempenho da classe em 2020, quando registrou R$ 62,3 bilhões de resgates líquidos.

Já os multimercados tiveram ingressos líquidos de R$ 24,6 bilhões, um recuo de 3,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os fundos de ações tiveram resgates líquidos de R$ 11,2 bilhões contra R$ 46,1 bilhões de aportes líquidos no ano anterior. No entanto, a queda em 2021 se deve a um movimento concentrado de mercado: a amortização de um fundo de pensão com resgates líquidos de R$ 43,9 bilhões em janeiro.

O número de contas alcançou 26 milhões em fevereiro os fundos imobiliários e os multimercados ganharam maior participação. Enquanto os primeiros saltaram de 11%, em dezembro, para 17%, a fatia dos multimercados passou de 13% para 17% na mesma comparação.

Crescimento inevitável

A queda da taxa Selic, que saiu de 14,25% ao ano em 2016 para os históricos 2% em 2020 foi o que deu grande impulso para os fundos imobiliários. Agora, mesmo com a tendência de novas altas, a diversificação de investimentos e a aposta nos FIIs deve continuar a crescer.

Os dados do boletim mensal da B3* de fevereiro deste ano (2021) , já citado aqui no blog. Enquanto em dezembro de 2017 existiam 333 opções de FIIs no mercado, em 2020 o número subiu para 555. O volume de ofertas também aumentou muito: em 2017 o volume chegou à casa dos R$5 bilhões, enquanto em 2020, em plena pandemia, as ofertas chegaram aos R$25 bilhões. Em janeiro de 2021, o segmento alcançou a marca de 1,22 milhão de investidores, em sua maioria pessoas físicas, um avanço de 89% na comparação com dezembro de 2019, quando eram 645 mil.

A Urban Systems tem feito diversos estudos de mercado para gestão de grandes fundos imobiliários e também para empreendedores que pretendem se utilizar dos fundos para viabilizar seus empreendimentos.

Quer saber mais sobre fundos imobiliários e como investir? Fale com a Urban Systems!

Conteúdo elaborado pela redação Urban Systems

*Fontes

Banco Central – Copom

Valor Econômico

Anbima

Compartilhe

Post a Comment