Infraestrutura de lazer em empreendimentos imobiliários

Agregar valor a um empreendimento vai além da estética e da localização. Em busca da melhoria da qualidade de vida, as pessoas buscam opções de moradia com equipamentos de lazer que se adequem às suas necessidades. É comum que as opções de lazer presentes em empreendimentos sejam utilizadas como argumentos de venda pelas incorporadoras/construtoras, porém nem sempre o tamanho do público que irá utilizar estas áreas é considerado, gerando problemas futuros como superlotação, subutilização e até mesmo dificuldades com sua manutenção.

É claro que cada item de lazer colocado em um projeto gera um custo, tanto na fase de construção, quanto após a entrega, quando haverá necessidade de pagamento de taxa de condomínio que, entre outras coisas, se destinará à manutenção dessas estruturas. Para empreendimentos de padrão econômico, destinados à classe média-baixa, essa é uma equação bem complicada, principalmente porque o custo do condomínio é fator bastante relevante no momento da compra. Por isso, é importante que um correto dimensionamento das áreas de lazer seja realizado para o projeto, apresentando e justificando uma previsão da taxa condominial ainda no processo de venda.

Exclusividade

Quando passamos à análise de empreendimentos destinados à alta renda, embora ainda exista a preocupação com o valor de condomínio gerado pelos itens de lazer, esta se torna menos relevante quando comparada à exclusividade. As opções de lazer deixam o básico e passam, em alguns casos, a ancorar o empreendimento.

No caso de empreendimentos destinados a segunda moradia, por exemplo, há produtos com itens de lazer bastante exclusivos, tais como campo de golfe, hípica, quadras de tênis, entre outros.

Modismos

As preferências e necessidades do consumidor, bem como a realidade econômica do País, mudam constantemente. Por isso, é importante estar atento e investir em empreendimentos que resistam aos modismos.  Entre os anos de 2009 e 2012 por exemplo, época em que o Brasil vivia o ‘boom imobiliário’, surgiram os condomínios-clube, que traziam ao morador uma imensa gama de opções de lazer. A ideia era que os condomínios substituíssem os clubes, proporcionando convivência entre os moradores e, para isso, era necessário dispor de uma grande área.Esse conceito de condomínio-clube ainda resiste em algumas regiões, porém vem se tornado cada vez mais raro com o passar dos anos, principalmente em função da crise imobiliária e da dificuldade em achar terrenos grandes que possam abrigar tais empreendimentos.

Essa mudança trouxe a tendência, que promete ser persistente, de empreendimentos construídos em áreas menores, com menos itens nas áreas de lazer, porém dimensionados e direcionados para uma melhor e maior utilização.

Os ambientes compartilhados, como piscina e academias, passam a ter bastante relevância nos grandes centros já que os apartamentos têm ficado cada vez mais compactos.Nesse sentido, a diminuição das áreas sociais dentro dos apartamentos gerou a necessidade dos condomínios abrigarem espaços para a recepção de convidados, como a realização de jantares. Assim, os espaços gourmet, espécie de salão de festas menor, mais aconchegante, mais bem decorado e equipado, passaram a ser fundamentais em substituição às salas de estar e jantar dos apartamentos.

A questão demográfica também influencia muito. A queda nos índices de natalidade da população brasileira é reflexo de um fenômeno em que as pessoas passam a ter menos filhos e as famílias são cada vez menores, e com isso as áreas destinadas aos pets, cada vez mais presentes nos lares do país,vêm conquistando mais espaço.

Particularidades regionais

Além de todos os pontos já citados, é preciso considerar também questões demográficas, climáticas, culturais e de legislação para a inclusão e dimensionamentos de itens de lazer nos empreendimentos.

Por exemplo, em São Paulo e no Rio de Janeiro as varandas dos apartamentos não são consideradas áreas computáveis, portanto, podem ser construídas para além do potencial construtivo permitido por lei daquele terreno ou área. Então, atualmente as incorporadoras têm investido em unidadesmenores com varandas muito grandes, consideradas um prolongamento do apartamento. Já no Sul, para manter seu apelo de venda, os empreendimentos devem ter churrasqueira e os espaços para consumo do chimarrão, os ‘chimarrodromos’, que trazem estrutura para o preparo da bebida típica gaúcha.

Urban Systems e a chave para o sucesso

Uma das chaves para o sucesso de um empreendimento é leitura precisa de suas áreas de lazer, que podem até trazer menos itens, porém mais adequados e dimensionados à demanda.

Referência em estudos de mercado, vocação imobiliária e estruturação de produtos, a Urban Systems analisa de maneira abrangente o local onde o empreendimento será instalado. Desde o estudo da dinâmica econômica e demográfica da cidade, até questões comportamentais da população e dos futuros compradores. A partir de então, torna-se mais precisa a identificação das necessidades e dimensionamento correto das áreas de lazer de acordo com a demanda gerada.

Leandro Begara, Diretor de Inteligência de Mercado na Urban Systems.

 

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3 Comments

  • arnaldo
    08/08/2019

    Obrigado Leandro por esta mensagem.
    Oportuna observação dos novos conceitos urbanísticos em face da realidade do mercado e das famílias.

    • Leandro Begara
      08/08/2019

      Obrigado, Arnaldo!
      É fundamental estarmos atentos a todos os detalhes para garantir o sucesso dos projetos e empreendimentos.
      Abraços.

  • Gislaine
    08/08/2019

    Leandro, desesnvolvi meu mestrado atraves de estudos de caso sobre o uso dos espacos coletivos em Guarulhos.
    O uso na epoca (2012 e 2013)dependia muito da situacao financeira e idade dos moradores.
    Vc tem estudos maos recentes pra cidade de Guarulhos?

    tudos

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