Leilão de aeroportos: 6ª rodada rende R$3,3 bilhões ao Governo

Os 22 aeroportos leiloados foram divididos em três blocos (Sul, Norte e Central) e devem receber R$ 6,1 bilhões em investimentos

No dia 15 de março de 2021, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizou a sexta rodada de concessões de aeroportos no Brasil. Essa foi a segunda rodada com o sistema de divisão dos aeroportos em blocos regionais. O leilão atraiu interessados para os três blocos (Sul, Norte e Central) o que gerou uma arrecadação inicial de R$ 3,302 bilhões ao Governo Federal.

De acordo com o Ministério da Infraestrutura*, o ágio médio foi de 3.822%, o que representou uma arrecadação R$ 3,1 bilhões acima do mínimo fixado pelo edital para o valor de contribuição inicial (R$ 186,2 milhões). O governo estima que, durante os 30 anos de concessão, os 22 aeroportos leiloados devem receber R$ 6,1 bilhões de investimentos.

No dia 14 de abril foi realizado a entrega dos documentos de habitação dos vencedores. A assinatura dos contratos de concessão deverá ocorrer após a homologação do resultado pela diretoria da Anac.

Estratégia

Ao todo, 7 concorrentes participaram da disputa, que aconteceu na sede da B3, em São Paulo. O grande vencedor do leilão foi a Companhia de Participações em Concessões, subsidiária do grupo CCR, que já atua na concessão do aeroporto de Confins (MG) e arrematou agora os 15 aeroportos dos blocos Sul e Central. Já a francesa Vinci, que opera atualmente o aeroporto de Salvador, ficou com o bloco Norte (7 aeroportos). “As empresas entraram com ágios altos para o leilão e praticamente não houve disputa pelos ativos, diferentemente da quinta rodada, que gerou uma disputa maior entre os concorrentes principalmente pelo bloco do Nordeste. No entanto, isso não significa que o leilão tenha sido malsucedido”, explica André Cruz, sócio e diretor de planejamento urbano da Urban Systems.

Segundo Cruz, essa rodada demonstrou uma necessidade estratégica das empresas em aumentar seu portifólio no País. “A CCR que já atua no aeroporto de Confins em Belo Horizonte, entraram para vencer o leilão”, comentou.

Longo prazo

Este é o segundo leilão de aeroportos realizado pelo atual Governo Federal. No dia 15 de março de 2019, aconteceu a quinta rodada de concessões de aeroportos no Brasil, onde o sistema de divisão dos aeroportos em blocos regionais foi testado. Foram 12 aeroportos separados em três blocos: Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Os ágios somados ficaram em R$ 2,158 bilhões, representando 986% de aumento em relação aos preços mínimos definidos pelo governo, o que mostra crédito no potencial de desenvolvimento do sistema aeroportuário nacional. (saiba mais sobre a quinta rodada de leilões de aeroportos aqui).

Para Cruz, os leilões demonstram que os investidores, tanto nacionais quanto internacionais, ainda confiam no potencial de desenvolvimento e crescimento econômico do Brasil, uma vez que esses projetos são sempre pensados em longo prazo. “Todo ativo e toda concessão colocada no mercado, representa projetos de longo prazo. Estamos num momento de pandemia, numa crise econômica mundial, mas o Brasil ainda está em um processo produtivo crescente e existe a expectativa de aumento da riqueza gerada pelo País, já que temos uma diversidade econômica importante. Os investidores acreditam na retomada a longo prazo, por isso o País continua atraente para negócios”, disse.

Sétima rodada

O Ministério da Infraestrutura prevê realizar ainda no 1º semestre de 2022 o leilão da 7ª rodada, que incluirá Santos Dumont (RJ) e Congonhas (SP). “Os ativos de destaque no setor aéreo brasileiro, que viabilizam que as empresas invistam também nos aeroportos menores estão acabando. Na sétima rodada, prevista para 2022, teremos dois dos maiores aeroportos brasileiros, que acredito serem os últimos grandes ativos e a tendência é de que a disputa seja bastante acirrada”, concluiu.

Desde 2013 a Urban Systems acompanha e desenvolve estudos de projetos ligados à aviação, no dimensionamento dos fluxos de passageiros e cargas – demandas aeroviárias – e das receitas não tarifárias – demandas não aeroviárias -, também chamadas receitas acessórias, em aeroportos em operação, futuros, regionais e internacionais.

Conheça o estudo da Urban Systems para o Antares Polo Aeronáutico.

Conteúdo elaborado pela redação Urban Systems

*Fonte:

Agência Brasil

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