Pandemia movimenta o mercado turístico de luxo no Brasil

Depois de um ano de 2020 desastroso em função da pandemia da COVID-19, o mercado do turismo começa a se recuperar, impulsionado pelo turismo doméstico e pelo mercado de luxo, que, antes mesmo da chegada do coronavírus, já se mostrava contrário a destinos lotados, hotéis e resorts com aglomeração de pessoas. Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)*, em janeiro de 2021, o índice de atividades turísticas teve expansão de 0,7% frente à estabilidade de dezembro de 2020.

A maior parte (9) das 12 unidades da federação pesquisadas acompanhou este movimento de expansão verificado na atividade turística nacional (0,7%), com destaques para Rio de Janeiro (4,4%), Rio Grande do Sul (11,4%) e Distrito Federal (10,4%). O que tem acontecido é que as pessoas que costumavam viajar para o exterior têm procurado destinos exclusivos dentro do País, nem sempre ligados ao glamour, mas a sensações novas, ao turismo de experiência, tendência antecipada pela Urban Systems em 2019.

Mercado de luxo

Há alguns anos o mercado de luxo tem sido voltado para experiências exclusivas em detrimento dos grandes hotéis e resorts. Com a chegada da pandemia essa tendência se tornou realidade e os turistas buscam pousadas ou hotéis com poucas suítes, foco na gastronomia local, na natureza e passeios cada vez mais privados e contrários às aglomerações.

O foco não é exatamente o glamour, mas a exclusividade, que antes era encontrada em destinos bastante específicos no exterior. Com a impossibilidade de viajar para fora do Brasil o mercado do turismo brasileiro viu uma oportunidade de se adequar e manter dentro do País, esses turistas com grande poder aquisitivo.

Essa modalidade de turismo, embora esteja presente nas cidades tradicionalmente turísticas do País, está cada vez mais se expandindo para locais peculiares e de difícil acesso, reforçando o conceito de exclusividade e isolamento. No atual momento pandêmico, as pessoas que dispõe de dinheiro para investir em viagens estão aproveitando, inclusive, para trabalhar enquanto a família descansa nesses destinos. Mesmo que o local seja isolado, rústico e exclusivo, é fundamental o bom acesso à internet para atender a esse público que pode viajar e trabalhar ao mesmo tempo.

Essa movimentação do mercado já despertou a atenção das agências, hotéis e associações especializadas que estão investindo em capacitações e adaptações a essa nova realidade.

Retomada

Em fevereiro último, a presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem (ABAV Nacional)*, Magda Nassar, falou sobre o balanço de vendas das agências associadas em 2020, ações do plano de contingência, enfrentamento à crise motivada pela pandemia de Covid-19 e sobre a retomada do turismo nacional.

Para superar o pior ano para o turismo mundial, a entidade elenca uma série de ações em que aposta para acelerar a retomada a partir deste ano.  Os projetos começam com um amplo programa de capacitação com foco em destinos e o turismo de luxo é uma das grandes apostas para a retomada.

No final de 2020, a entidade criou um grupo de trabalho dedicado exclusivamente ao turismo de luxo e, agora, deverá promover aos seus associados, um programa de capacitação exclusivo, onde fornecedores apresentarão soluções focadas no segmento que responde pela geração de 25% de toda a renda gerada no turismo mundial, e a 3% do volume total de viagens, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT). Um mapeamento do setor, entre associados ABAV, já está em andamento e deve ser apresentado em breve.

Oportunidade

Para aqueles empreendedores do turismo que desejam se adaptar a essa modalidade e focar na retomada é preciso estar atento às tendências e planejar com bastante cuidado as adaptações. Especialistas são os aliados para dimensionar a demanda, entender as características locais e transformar o seu empreendimento em um destino desejado para turistas afoitos por experiências diferenciadas.

Quer saber como se adaptar e focar no turismo de luxo? Fale com a Urban Systems!

André Cruz, diretor de planejamento urbano da Urban Systems

*Fontes:

IBGE

ABAV