Novas tendências de Sênior living e a importância da pesquisa de mercado

O crescimento da população idosa e da expectativa de vida no Brasil estão mudando o perfil de consumo. As projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)*, divulgadas em 2019, mostram que a população brasileira está em trajetória de envelhecimento e, até 2060, o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 25,5% (leia mais sobre a dinâmica demográfica brasileira aqui). Essa tendência gera demandas específicas para os idosos, como por exemplo os sênior living, empreendimentos imobiliários destinados para essa faixa etária (leia mais sobre o mercado imobiliário para esses empreendimentos aqui).

No exterior as moradias destinadas para idosos já são uma realidade há alguns anos e trazem diversas propostas inovadoras que não se parecem em nada com os conhecidos ‘asilos’. No entanto, em 2020, autoridades de saúde alertaram que, em diversos países, instalações exclusivas para idosos se tornaram grandes centros de disseminação do coronavírus. No Brasil, o fato desse mercado ser muito novo facilita a aplicação dessas adaptações em novos empreendimentos. Os empresários devem estar atentos às mudanças de comportamento causadas pela chegada do coronavírus, além das demandas e necessidades não apenas desse público, mas também dos seus familiares

A pandemia mostrou ao mundo que isolar e aglomerar os idosos em empreendimentos muito específicos não é viável. Daí a importância de buscar soluções imobiliárias para o público sênior que tragam integração social entre várias gerações, priorizando a mobilidade, prática de atividades físicas e de lazer ao ar livre. Ou seja, como já falamos algumas vezes aqui no blog, soluções adaptadas aos idosos favorecendo todos os públicos e não exclusivas para o público sênior são mais funcionais e benéficas tanto para a saúde física, quanto mental.

Por todas essas razões, os investidores precisam utilizar estudos de mercado para facilitar a tomada de decisão e lançar um produto realmente adequado e adaptado às necessidades modernas.

Perfis de idosos

Quando pensamos em fazer uma pesquisa para este segmento do mercado imobiliário, é preciso ter em mente quais são os objetivos a serem atingidos: entender quais as necessidades da população idosa que irá utilizar o Senior Living ou conhecer o processo de decisão (momento, critérios, gatilhos mobilizadores) dos idosos e familiares quando optam por este tipo de moradia?

Como hoje em dia as condições de saúde melhoraram muito, a expectativa de vida da população brasileira e mundial também aumentou consideravelmente. Com isso, temos idosos vivendo muito e com boa saúde até os 100 anos!

Uma vez que são considerados idosos todos aqueles com mais de 60 anos, é importante que um estudo voltado a entender este público contemple a diferença existente entre pessoas de 60/70 anos das que tem 80/90 anos. Além disto, também há de se levar em conta o grau de atividade intelectual destes idosos: há aqueles que ainda se mantem ativos, trabalhando, mesmo com 90 anos e os que estão aposentados aos 60 anos, sem sair de casa para uma produção intelectual, seja por vontade própria ou involuntária.

O fato é que o processo de envelhecimento é muito particular e, por isso, a relevância de se investigar, em profundidade, as necessidades desta geração idosa.

No mercado de Senior Living, além destas variáveis também consideramos o grau de dependência dos idosos: se ele é totalmente dependente de um cuidador ou familiar para realizar atividades de vida diária; se ele realiza algumas atividades, mas necessita de alguma ajuda para outras, por isso é nomeado de semi-dependente; ou se ele é totalmente independente, sendo capaz de administrar sua própria casa, cuidar de si mesmo sem nenhuma ajuda e até mesmo dirigir e trabalhar.

Cada um destes perfis tem demandas e expectativas diferentes e isto impacta diretamente no produto imobiliário, visto que este deve ser adequado estruturalmente às necessidades do segmento idoso que deseja atender assim como deve considerar o que é importante em termos de propostas de atividades, áreas de entretenimento e lazer para cada perfil.

Quem ouvir?

Ao lançar um produto destinado aos idosos quem devemos ouvir por meio dos estudos e pesquisas de mercado? Bom, a definição da metodologia e do público pesquisado depende do mapeamento de dúvidas que cada cliente possui.

É possível mensurar a demanda por um Senior Living numa determinada cidade ou bairro e quanto estariam dispostos a investir – neste caso a metodologia indicada é a quantitativa – assim como entender as necessidades de cada perfil de idoso, o que os mobilizaria a ir, voluntariamente para um residencial e o que gostariam que este esaço oferecesse – neste caso a metodologia indicada é a qualitativa.

Quando o objetivo é a implantação de um Senior Living voltado aos idosos independentes ou semi-dependentes, sem dúvida alguma deve-se propor técnicas para ouvir a opinião deste público diretamente, assim como investigar seus hábitos de comportamento e necessidades. Neste caso, recomenda-se tanto as Entrevistas Pessoais em Profundidade – que são realizadas em domicílio – como as Discussões em Grupo. Estes encontros trazem grande aprendizado sobre este segmento da população e permitem que os investidores tenham, inclusive, novos insights sobre produtos e serviços que podem ser de grande utilidade para os idosos.

Obviamente as restrições da pandemia devem ser consideradas, mas sobre esse assunto e a adaptação dos modelos de pesquisa, já falamos também neste blog. Acesse aqui.

No caso de um Senior Living que pretende atender os idosos dependentes, o mais indicado é investigar as demandas dos familiares – em geral filhos – cuidadores dos idosos e médicos geriatras, visto que eles são diretamente envolvidos com os problemas e necessidades deste público. Quando são realizadas Discussões em grupo com os familiares ou profissionais, os clientes/investidores podem acompanhar estes encontros em sala de espelho one way o que favorece a assertividade do desenvolvimento do projeto.

Está pensando em desenvolver um projeto nesse segmento?

Fale com a Urban Systems e vamos juntos, estudar o seu mercado e público!

Renata Rubano, consultora na área de pesquisa para a Urban Systems

*Fonte:

IBGE

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