Revitalização de áreas comuns em condomínios

As intensas mudanças comportamentais ocorridas nos últimos anos demandam por muitas adaptações nas cidades, entre elas, no mercado imobiliário e na oferta de produtos que atendam às novas necessidades de seu público.

Como já abordado em artigos anteriores, a reclusão exigida na pandemia trouxe grandes alterações comportamentais no consumidor. Foi reconhecida a necessidade em ter-se espaços de qualidade outdoor e atividades diferentes do que se tem dentro de casa. Outro legado da pandemia é a migração das pessoas da capital para o interior, função, principalmente, da consolidação do home office ou sistema híbrido de trabalho, o que aumentou a procura por casas em condomínios, em busca da qualidade de vida.

No entanto, toda a mudança comportamental e a transformação no modo de viver, trabalhar e morar, exige com que a oferta imobiliária seja revista. Produtos pré-existentes demandam revitalização para atender às novas necessidades das pessoas, especialmente nas áreas comuns de condomínios.

Loteamentos e condomínios

Os loteamentos fechados têm – diferente dos condomínios de casas, que são resultado de fração ideal de um único terreno – ocupação urbana expressiva na cidade, pois dispõem de maior área de terreno, dessa vez parcelado, e a nova malha viária, sendo uma ocupação urbana lançada em conjunto, com uma mesma proposta e ideal de urbanismo, que controla o padrão visual do todo. Estes loteamentos murados criaram bairros dentro das cidades, e dessa forma novos destinos e habitantes.

Fonte: Site Diário da Região

Os loteamentos fechados começaram a popularizar no Brasil em meados dos anos 80. Alphaville, em 1975, considerada pioneira no seu produto em específico, trouxe uma nova opção de moradia com segurança e qualidade de vida aos moradores da Grande São Paulo, em uma região que já se verticalizava com velocidade. Hoje, cidades do interior brasileiro recebem, grande parte em suas áreas periféricas, a chegada de novos loteamentos fechados com a migração emergente vinda de São Paulo para o interior, com uma oferta de infraestrutura mais atual. Contudo, há quarenta anos desde o lançamento de muitos loteamentos, grande parte deles ainda têm lotes vagos, concorrendo, assim, com os novos e atuais empreendimentos em lançamento.

Revitalização

Com todas as mudanças trazidas pela pandemia e as novas necessidades das pessoas, os condomínios já lançados há alguns anos acabam caindo na degradação da sua oferta de áreas comuns dentro do conjunto ou, até mesmo, a pura desatualização da infraestrutura oferecida, o que se torna ainda mais preocupante quando ainda existem lotes vagos.

Como abordado anteriormente no blog, o Retrofit já é uma tendência em revitalização de fachadas de edifícios, como forma de acompanhar a valorização do mercado imobiliário para prédios em estado de deterioração. O mesmo acontece em loteamentos fechados, em que o tempo acarreta deterioração dos espaços e desatualização da oferta de lazer e infraestrutura, por exemplo, então, se tornando interessante a revitalização de todo o conjunto.

Existem diversos itens inclusos nessa nova maneira de viver após a chegada da pandemia, como espaços de coworking, lazer para idades diversas, academia, revisão da oferta de lazer que acompanhe as novas tendências do mercado, entre outros. Porém, convém destacar que cada local tem a sua particularidade e não existe solução ou revitalização comum.

Foto: Getty images

A contratação de um especialista para realizar um diagnóstico das áreas comuns, atualização de jardins, modernizar a oferta de lazer, revisão de revestimento antigo, entre outros é muito importante e necessária para que o investimento seja direcionado corretamente. Somente especialistas na área podem propor novas soluções e depois acompanhar a execução dos serviços mitigando os riscos aos investidores.

Vale ressaltar ainda, que a atualização das áreas comuns e de lazer geram valorização do empreendimento como um todo, tanto para o proprietário residente quanto para aqueles que adquiriram unidades para investimento. Intervenções menores ou maiores, podem contar com o estudo de inteligência de mercado, ouvindo os moradores, levantando-se cases no mercado, identificando tendências futuras, buscando referências de tecnologias e serviços e analisando os riscos.

Conteúdo elaborado por Karina Chaguri, Analista de Planejamento Urbano da Urban Systems

*Fonte:

G1

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