Mercado imobiliário de Campinas ganha Selo de Qualidade de Vida Urbana

Iniciativa da Prefeitura de Campinas contou com a consultoria da Urban Systems

A cidade de Campinas (SP) está prestes a ganhar o Selo de Qualidade de Vida Urbana que vai reconhecer e premiar as boas práticas de projetos imobiliários que elevem os parâmetros obrigatórios da legislação urbana. Contribuindo com a sua expertise, a Urban Systems esteve à frente do trabalho, contratado por meio de licitação, coordenando uma equipe multidisciplinar que reuniu nove secretarias e cerca de 30 profissionais da prefeitura de Campinas. “O nosso papel foi identificar as categorias e os atributos que vão nortear as empresas. Para isso, fizemos uma grande pesquisa das certificações existentes, tanto as que deram certo quanto as que não foram para frente, além de ouvir o poder público e, claro, o setor imobiliário, explica Paulo Takito, sócio-diretor da Urban Systems.

A equipe para a realização do Selo é formada pelos seguintes profissionais: diretor do projeto Paulo Takito, arquiteto e urbanista Marcelo Ignatios, engenheira civil Giovana Ulian, engenheiro Thomaz Assumpção, geógrafo André Cruz, arquiteta Natália Viapiana, biologa Daniela Menegat e a engenheira ambiental Carolina Carrijo.

Takito observa que existe no mercado imobiliário mundial uma grande contraposição entre o investidor imobiliário e o regramento do setor público. “Leis como o Plano Diretor Municipal, Uso e Ocupação do Solo e de regulação sobre as construções devem existir, claro. A grande discussão é: até que ponto a legislação deve interferir e definir detalhes que dificultam a viabilidade dos empreendimentos? Esse tema é muito interessante e faz parte do livro ‘Ordem sem Design: como os mercados moldam as cidades’, de Alan Bertaud. O autor defende que a legislação tem que ser o mais ampla possível para dar mais liberdade ao mercado. E o selo chega com essa proposta de dar ferramentas ao empreendedor para que ele consiga desenvolver projetos sugerindo diretrizes com o interesse público de requalificação urbana além do que a lei exige”, conta o executivo.

Foi a partir desta premissa de sair do óbvio que veio a ideia do selo, de acordo com Carolina Baracat, Secretaria Municipal de Urbanismo de Campinas. “O Selo de Qualidade de Vida Urbana surgiu da necessidade da Prefeitura valorizar o mercado imobiliário com ações que não estão na legislação hoje. São iniciativas pautadas em sustentabilidade e mobilidade, entre outros temas, com a certificação de projetos na planta e em construção. Reconhecer estas atitudes é uma forma de estimular um desenvolvimento urbano mais ordenado e sustentável”, diz Carolina.

E para alcançar este objetivo, a secretária afirma que a participação da Urban Systems foi fundamental. “Com a grande experiência em ranqueamento de cidades inteligentes, a Urban Systems conseguiu fazer essa interlocução entre a visão do poder público e o pleito do mercado na questão das boas práticas. Nós não medimos esforços em ter uma equipe multidisciplinar e isso contribuiu bastante para o resultado final do selo”, comemora Carolina.

Agora, é colocar o selo em prática. “Vamos apresentar oficialmente o Selo de Qualidade de Vida Urbana no dia 5 de março, em evento na Prefeitura. Após a solenidade, faremos uma rodada de discussão com o mercado e com as entidades que estão nos apoiando para identificar se é preciso fazer alguma adequação. Esta etapa dura cerca de 30 dias. Em abril, encaminharemos a minuta do decreto para o jurídico e em maio publicaremos o selo. A nossa estimativa é que, em agosto, acontecerá o chamamento público, ou seja, as empresas já poderão inscrever os seus projetos”, adianta Carolina.

Trabalho integrado e inovador

Na opinião de Giovana Ulian, engenheira civil doutora em urbanismo e consultora de Planejamento Urbano da Urban Systems, a iniciativa da Prefeitura de Campinas é inovadora no país. “O objetivo do selo é inovar, acolher as boas práticas e incentivar que os empreendedores construam um legado, fazendo mais do que a legislação exige porque isso reverte em geração de valor para o negócio. E tem muito empreendedor que já faz isso, mas não é reconhecido”, lembra Giovana.

Segundo a engenheira, outra inovação do Selo de Qualidade de Vida Urbana foi o trabalho integrado com as secretarias e com o mercado imobiliário. “Mais importante do que o resultado é essa caminhada de integração e busca por consensos, pois todos foram convidados para construir o selo juntos”, destaca Giovana. Paulo Takito concorda. “Formamos um corpo técnico multidisciplinar, o que é inovador porque, normalmente, questões de projetos estão sempre nas Secretarias de Obras ou de Planejamento. E no selo de Campinas tivemos uma participação transversal com todas as secretarias trabalhando unidas, além da participação da iniciativa privada”, complementa o sócio-diretor da Urban Systems.

Giovana ressalta que, para o sucesso da iniciativa, é importante facilitar a adesão ao selo pelo mercado imobiliário. “A inovação tem essa característica do ‘mínimo produto viável’, que é aquele produto que minimamente cumpre com os objetivos e que consegue ser implementado rapidamente. É o que propusemos com o Selo de Qualidade de Vida Urbana. A partir da primeira versão será possível calibrar as exigências e ir para a segunda versão. É um ciclo virtuoso que traz excelentes benefícios para a cidade”, frisa a especialista.

Por dentro do Selo de Qualidade de Vida Urbana

As empresas do mercado imobiliário de Campinas, interessadas em obter o Selo de Qualidade de Vida Urbana, poderão inscrever seus projetos na planta e em construção em três categorias: Incorporação HIS (Habitação de Interesse Social), Mercado (empreendimentos do tipo incorporação Residencial e/ou não Residencial) e Parcelamento do Solo (empreendimento de parcelamento do solo na forma de loteamentos e bairros planejados). O conteúdo do manual segue o padrão apresentado na planilha de pontuação dos atributos do selo, sendo dividido em sete macro temas: localização e mobilidade; ambiência; relação com o entorno; uso eficiente de recursos; economia local e investimento no cidadão; inclusão; gestão de efluentes e resíduos. E em cada categoria de macro tema são apresentados as suas diretrizes e os seus atributos. Os atributos serão o meio de avaliação do projeto e também indicarão a documentação necessária a ser anexada a processo de candidatura ao selo.

Foto: Site da Prefeiturta de Campinas

Os principais objetivos do Selo de Qualidade de Vida Urbana são:

– Promover o desenvolvimento urbano sustentável alinhado aos princípios de ASG (ambiental, social e governança), ODS (objetivos do desenvolvimento sustentável) e soluções baseada na natureza;

– Reconhecer os projetos imobiliários que se destacam com ações que visam à melhoria da qualidade de vida de seus usuários e que geram valor para além de seus empreendimentos;

– Agregar soluções que vão além dos parâmetros obrigatórios e incentivados pela legislação urbana;

– Inspirar pelo exemplo que mais empreendimentos sejam concebidos com as melhores práticas de sustentabilidade, urbanismo e arquitetura;

– Atender às demandas de um mercado cada vez mais consciente na hora de adquirir novos produtos, adotando práticas favoráveis ao meio ambiente e pensando no futuro sustentável de Campinas.

A Urban Systems, por meio da análise estratégica do desenvolvimento da cidade, planejamento sustentável para curto, médio e longo prazo, com o apoio da gestão pública, tem trabalhado em estudos para auxiliar o desenvolvimento urbano das cidades, confira aqui alguns estudos já realizados.

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Conteúdo elaborado pela redação Urban Systems.

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