Plano de desenvolvimento econômico do aeroporto municipal de Botucatu

Em 2016, a Urban Systems entregou à Prefeitura de Botucatu o estudo de planejamento ao longo prazo e crescimento econômico ancorado no aeroporto da cidade

A gestão pública no Brasil enfrenta várias dificuldades, que são agravadas pela falta de planejamento com ações a curto, médio e longo prazo. O ciclo político brasileiro contribui para a falta de continuidade de políticas públicas. No entanto, muitas cidades estão lutando para serem mais independentes das outras esferas governamentais, no que se refere a recursos públicos, e os gestores estão pensando no legado que deixarão para a cidade, com a realização de políticas baseadas em evidências e planejamento.

Foi pensando nisso que, em 2016, a Urban Systems realizou o Plano de Desenvolvimento Econômico do Aeroporto Municipal de Botucatu, a pedido do então prefeito João Cury, que administrou Botucatu por dois mandatos, de 2009 a 2016. Segundo Cury, a ideia para a contratação do estudo veio da união da gestão pública e um grupo de empresários da cidade.

“O estudo tirou Botucatu de uma discussão bastante complexa em relação ao desenvolvimento da cidade, mostrando que o aeroporto poderia servir à região, e a região se servir do aeroporto. Então, acredito que o estudo trouxe uma visão sistêmica, organizada e técnica, nos ajudando a entender a importância do ativo que tínhamos tanto para o município, quanto para a o entorno. A Urban Systems nos ajudou a sair do ‘achismo’ para uma política com embasamento técnico, que deixaria um legado para a cidade e sua população”, explicou.

O ex-prefeito de Botucatu destaca que o Plano de Desenvolvimento permite institucionalizar políticas públicas, de forma que elas permaneçam e induzam o crescimento da cidade, independente do gestor e das suas questões pessoais.

Thomaz Assumpção, CEO da Urban Systems, corrobora com a opinião de Cury, lembrando da importância do setor de transportes como indutor de desenvolvimento. “O Brasil entrará em um novo ciclo de desenvolvimento, após as eleições presidenciais de 2022. Em função das suas características continentais, a malha aeroviária deverá ser obrigatoriamente dinamizada. Com isso, os aeroportos regionais e municipais terão papel fundamental na complementariedade das conexões econômicas, a serem estabelecidas entre as cidades, regiões, capitais, além do mercado externo. É contando com essas variáveis e com o impacto a longo prazo que realizamos o estudo para Botucatu”, comentou.

O estudo

Com metodologia focada no tripé da sustentabilidade (econômico, social e ambiental) e na lógica urbana, o estudo considera a projeção de crescimento populacional, emprego e renda, os principais clusters produtivos, e como isso impactará na economia e crescimento organizado de Botucatu e cidades da região, apontando diretrizes a curto, médio e longo prazo, tendo o aeroporto como uma das principais âncoras de desenvolvimento.

Imagem: Estudo da região do Aeroporto Municipal de Botucatu

Os dados coletados e analisados traçam parâmetros e sugestões de ocupação da área em potencial no entorno do aeroporto, demonstrando que a expansão da região promoverá impacto positivo de longo prazo, alavancado pelo desenvolvimento da infraestrutura e implantação de novas empresas.

O plano trabalha com uma área de influência que conta com 408 mil habitantes e 98 mil empregos. Considerando as tendências de crescimento econômico e demográfico, a projeção indica a criação de 44,8 mil novos empregos e 3,4 mil novas empresas na região de Botucatu, até o ano de 2030.

Além disso, o plano de desenvolvimento propõe a integração de outros vetores de desenvolvimento, além do aeroporto como o varejo local, polos educacionais e tecnológicos.

Aeroporto

O Aeroporto Municipal “Tancredo de Almeida Neves” foi inaugurado na década de 1940 e está às margens da Rodovia Prof. João Hipólito Martins (SP-209/Castelinho), numa região livre de obstáculos naturais, com condições meteorológicas boas e pista de 1.500 metros lineares por 30 metros de largura, o que já permite atender a grande maioria de operações de aviação em geral. Possui pátio de 4.200 m² e várias instalações industriais e de serviços nas proximidades, além de poucas áreas residenciais.

De acordo com o levantamento da Urban Systems existe uma demanda orgânica de 87,6 mil passageiros em potencial, podendo atingir mais de 175 mil embarques e desembarques. Com a projeção de crescimento desta área de influência, estes números passariam para 94,7 mil potenciais passageiros e 189,4 mil embarques e desembarques até 2030.

Conteúdo elaborado pela Redação Urban Systems

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