O Ranking Connected Smart Cities
Idealizado em 2014 para ser apresentado na primeira edição do evento homônimo, em 2015, o Ranking Connected Smart Cities é o primeiro estudo que avalia as cidades brasileiras sobre a ótica do desenvolvimento inteligente, sustentável, humano e conectado.
Conectado? Sim.
O termo conectado, ou connected que nomeia o evento, veio de encontro com a necessidade de pontuar o conceito de cidade inteligente discutido no evento e no estudo, uma vez que há diferentes abordagens pelo mundo sobre a mesma questão: o que são cidades inteligentes.
Mais do que definir um conceito, afastando-se do pensamento superficial de que cidades inteligentes são as cidades com maior aplicação de tecnologias, é necessária uma adesão dos demais atores envolvidos no planejamento de cidades inteligentes a amplitude desse conceito, para que a pesquisa torne-se ainda mais relevante e útil, cumprindo seu papel de estimular a discussão do tema e prover avaliações e diretrizes sobre as cidades brasileiras.
Eixos Temáticos
Concebido em torno de 11 eixos temáticos e tendo a qualidade de vida como eixo transversal a todos eles, o Ranking Connected Smart Cities abrange praticamente todas os seguimentos discutidos na concepção de cidades inteligentes, à exceção do tema de lazer e entretenimento, que ainda não foi possível transportar à pesquisa por meio de indicadores nacionais.
Os 11 eixos temáticos discutidos são: mobilidade e acessibilidade, urbanismo, meio ambiente, economia, governança, tecnologia e inovação, empreendedorismo, educação, saúde, segurança e energia, compreendendo desde questões de infraestrutura da cidade, serviços públicos oferecidos, instrumentos de planejamento, transparência, capital humano, espaços de geração de conhecimento, comunicação e muito mais.
Analisados em conjunto, os 70 indicadores que compõe o Ranking Connected Smart Cities apresentam as cidades brasileiras mais desenvolvidas seguindo conceitos inteligentes, sustentáveis e humanos. E sendo uma pesquisa abrangente, considerando todos os 666 municípios com mais de 50 mil habitantes – segundo estimativa da população brasileira IBGE/2018 – os resultados do estudo são apresentados considerando o recorte do porte dos municípios (pequenas, médias e grandes) e a região geográfica.
Indicadores
A cada nova publicação, o Ranking Connected Smart Cities evolui de forma colaborativa não apenas em seu conceito, mas principalmente na definição dos indicadores que compõe o estudo. Em sua 5ª edição, apresenta talvez a sua maior alteração, ao inserir novos indicadores inspirados na ISO 37122 Sustainable cities and communities – indicators for smart cities, publicada em maio de 2019.
Originalmente idealizado com base em estudos e pesquisas internacionais, como IESE Cities in Motion e o Índice de Cidades inteligentes (Inteli – Portugal), por exemplo, foram listados mais de 200 indicadores diferentes, que após serem analisados e terem suas metodologias avaliadas, seus ciclos de atualização entendidos e sua viabilidade e disponibilidade no Brasil auferidas, possibilitou-se o recorte de 70 deles para utilização na pesquisa nacional.
Importante ressaltar alguns pontos em relação às pesquisas internacionais que analisam o nível de desenvolvimento das cidades inteligentes pelo mundo. Algumas delas ainda consideram a tecnologia como fator decisivo para a cidade ser considerada inteligente, questão já discutida em muitos grupos, colocando-a atualmente em seu devido lugar, como ferramenta ou instrumento do desenvolvimento da cidade, à serviço das necessidades de seus habitantes, e não o contrário.
As cidades pelo mundo apresentam diferentes estágios de desenvolvimento econômico e urbano, e algumas questões que são consideradas solucionadas em países desenvolvidos ainda estão aquém dos padrões mínimos aceitáveis, principalmente quando pensamos em questões atreladas às ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis), sendo a solução destas imprescindíveis para permitir que uma cidade atinja um grau de cidade inteligente. É necessário solucionar questões de desigualdades, educação, bem-estar, saneamento e acesso a água, para citar apenas alguns dos problemas enfrentados pelas cidades brasileiras.
Dessa forma, o Ranking Connected Smart Cities se inspira em pesquisas internacionais e “tropicaliza” à situação brasileira os indicadores que compõe o estudo, aferindo o desenvolvimento das cidades brasileiras a respeito de questões básicas e complexas. No estudo completo é possível identificar os 70 indicadores, suas fontes, data da informação bem como site de pesquisa. Confira a última versão do estudo aqui.
Importância do Ranking
Após cinco edições, o Ranking Connected Smart Cities se consolida como um dos principais instrumentos de diagnóstico das cidades brasileiras. Mais do que ranquear as cidades em relação ao seu estágio de evolução, ele permite que cidades com menor desenvolvimento em determinada questão possam buscar estratégias em cidades que avançaram mais em determinada questão, se espelhando em ações bem-sucedidas e vitoriosas para o desenvolvimento da cidade.
Por apresentar resultados por porte de cidade, eixo temático e região geográfica, é possível que gestores públicos e qualquer ator envolvido no planejamento ou no pensar as cidades se espelhe em cidades com sinergia a sua própria cidade.
Nosso objetivo é simples, mas audacioso: queremos promover o desenvolvimento das cidades brasileiras de forma que nos próximos anos elas possam subir um degrau ou mais na escala de desenvolvimento, se aproximando dos índices dos modelos das cidades inteligentes do mundo e proporcionando condições melhores aos seus habitantes.
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Willian Rigon, Diretor Comercial e Marketing na Urban Systems e Pesquisador Responsável pelo Ranking Connected Smart Cities.
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