Novas centralidades e desenvolvimento urbano sustentável
Cerca de 84% dos 209,3 milhões de habitantes do Brasil vivem em áreas urbanas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2015, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística*. Esse processo de urbanização proporcionou a estruturação rápida e, muitas vezes desordenada, das áreas centrais em detrimento das áreas periféricas, que sofreram com a falta de investimentos e tiveram seus espaços reservados quase que exclusivamente à habitação, processo de espraiamento urbano.
Entretanto, com o tempo, essas novas regiões urbanas mais afastadas passam a demandar infraestrutura, serviços e emprego, uma vez que sua população residente ainda é dependente das centralidades consolidadas da cidade e ficam à mercê dos movimentos pendulares entre moradia e trabalho em seu dia a dia.
Para atender às necessidades crescentes da população, as cidades precisam encontrar um novo modelo de desenvolvimento que preze pela sustentabilidade econômica, social e ambiental, explorando novas centralidades na malha urbana.
Desenvolver novas centralidades focadas na oferta de serviços essenciais aos cidadãos, como comércio, serviços públicos, lazer, saúde e educação, vai além de reduzir tempo no trânsito e otimizar a rotina das pessoas. Elas criam novas dinâmicas econômicas nas cidades redefinindo as funções em seu entorno e da área central, estimulando tanto o poder público quanto o privado a promover um maior desenvolvimento de áreas periféricas das cidades, sob o modelo de cidade policêntrica.
Perfil de consumo
O mundo passou por intensas transformações e inovações tecnológicas em um curtíssimo espaço de tempo. O surgimento de aplicativos de transporte, bicicletas compartilhadas, patinetes e o desenvolvimento de novas centralidades mudou não apenas a maneira como a população se relaciona com a cidade, como também seu comportamento e hábitos de consumo. As pessoas têm cada vez menos tempo a perder, por isso buscam soluções que deixem a vida mais prática, e que sejam entregues com agilidade e da maneira mais simples possível.
O setor privado, motivado pelas mudanças comportamentais, é o responsável por impulsionar as cidades a caminharem para o desenvolvimento urbano. Essa nova forma de viver no ambiente moderno impõe que os produtos imobiliários – sejam eles escritórios, prédios de apartamento, unidades de saúde, de educação – estejam alinhados com essas alterações tecnológicas e comportamentais que está diretamente ligado à qualidade de vida e praticidade da população.
Plano Diretor
Já para o setor público, acompanhar essa reestruturação do espaço urbano se torna difícil principalmente em função da falta de planejamento, acesso a recursos e entraves legais. As cidades crescem, criam-se novas centralidades e o Plano Diretor, que trata do uso e ocupação do solo, demora para ser modificado e muitas vezes não acompanha este desenvolvimento. Por exemplo, existem áreas residenciais com oportunidade para desenvolvimento de empregos e serviços, entretanto, a lei não permite tal utilização.
Isso tem sido uma constante em muitas cidades brasileiras, porque o ciclo político muitas vezes não vislumbra a importância de um planejamento estratégico de longo prazo para a cidade, retardando o seu desenvolvimento urbano sustentável.
É preciso entender os eixos de desenvolvimento atuais e futuros da cidade, as novas e futuras vocações econômicas que a cidade pode ter, analisar os mecanismos legais necessários para possibilitar uma expansão urbana planejada conectando as novas centralidades aos centros principais e entender como atrair novos negócios que ancorem o desenvolvimento dessas múltiplas centralidades.
BAIRROS PLANEJADOS
Em 20 anos de atuação, a Urban Systems acumulou um profundo conhecimento das particularidades e da realidade das cidades brasileiras. Entre os mais de 900 projetos e 700 cidades analisadas, estão os estudos de Bairros Planejados, modelos de desenvolvimento urbano privado que planejados de forma correta, permitem uma transformação espacial e urbana apoiada nos conceitos de cidade policêntrica.
Dentre os projetos estudados pela Urban Systems estão o Granja Marileusa, bairro inteligente e planejado na cidade de Uberlândia (MG), com produtos imobiliários lançados e entregues em diferentes segmentos, tornando-se uma nova centralidade do vetor norte da cidade, com loteamentos, condomínio de casas, edifícios de escritórios, strip mal, sedes de empresas, espaços de eventos e muito mais e também o Projeto Mosaico, bairro planejado em Manaus (AM), que conta com áreas para o desenvolvimento residencial, comercial, de negócios e lazer, em nova área de expansão urbana da cidade.
Thomaz Assumpção é fundador e CEO da Urban Systems, empresa de inteligência de mercado e soluções estratégicas
*Fonte: https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2015/default.shtm
Pingback: Connected Smart Cities DX 2020: tendências para o mercado imobiliário - Urban Systems - Blog
Pingback: Blog da Urban Systems atinge a marca de 100 textos publicados - Urban Systems - Blog
Pingback: Impulsionada pela pandemia, a procura por bairros planejados aquece o mercado imobiliário - Urban Systems - Blog
Pingback: Park Meraki em Indaiatuba é exemplo de bairro planejado integrado com o sistema de transporte da região - Urban Systems - Blog
Pingback: Mudanças nas cidades e a revisão dos Planos Diretores - Urban Systems - Blog