Teresina é destaque em desenvolvimento imobiliário horizontal

Como tem sido abordado neste blog desde 2020, a pandemia da COVID-19, trouxe mudanças expressivas em diversos âmbitos, e no mercado imobiliário essas tendências estão cada vez mais visíveis tendo o desenvolvimento imobiliário se destacado ainda mais como agente transformador nas cidades. Embora o cenário de instabilidade inviabilize qualquer conclusão definitiva, diversos estudos corroborados por entidades do setor apontam para um aumento significativo na procura por imóveis maiores e espaços mais flexíveis, bem como a ressignificação do uso do espaço residencial e a mudança nas prioridades e necessidades das famílias.

Nesse contexto, com a expansão do trabalho no formato home office ou híbrido, as pessoas passaram a procurar espaços cada vez maiores e multifuncionais para poder adaptar-se e levar o trabalho para casa. Esse fator nos permite observar, portanto, que o mercado imobiliário é fluido e abrange uma ampla gama de fatores – que perpassam tanto aspectos econômicos, como culturais.

Teresina na dianteira

Teresina, popularmente conhecida como Cidade Verde, é a única capital da Região Nordeste que não está situada na área litorânea. Assim, sua dinâmica urbana singular torna a cidade palco para reflexão acerca do mercado imobiliário, sobretudo considerando sua importância no desenvolvimento imobiliário horizontal do estado.

Na contramão do observado em grande parte das capitais do Nordeste, ao se observar os dados do Relatório Anual de Informação Social (RAIS)* o setor da Construção Civil desponta como um dos maiores destaques tanto na esfera de empregos como de empresas em Teresina – detendo, respectivamente, 4,5% e 5,3% de taxa geométrica de crescimento anual das empresas e empregos entre os anos de 2018 e 2020.

Reafirmando o protagonismo da capital no contexto regional é interessante frisar, também, que a cidade além de centralizar cerca de 70% da população e domicílios da Região de Desenvolvimento Integrado (RIDE) a qual faz parte, o município polariza diversos outros núcleos urbanos adjacentes.

Em se tratando das unidades imobiliárias residenciais lançadas a partir de 2010, a cidade de Teresina contou com o incremento de mais de 25,6 mil novos apartamentos, quase 3 mil novas casas e mais de 11,6 novos lotes. No que tange as unidades que se enquadram na categoria ‘lançamento’, isto é, unidades alocadas em empreendimentos que ainda possuem unidades à venda em sua incorporadora/construtora, a menor disponibilidade de unidades encontra-se entre as tipologias de casas.

Claramente a preponderância das tipologias verticais se justifica pelo menor custo infraestrutura urbana, uma vez que é possível alocar mais unidades habitacionais em um menor espaço. Contudo, esse fator não é decisivo se considerarmos que, conforme apontam os dados do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)*, em 2010 somente 8,2% dos domicílios em Teresina eram verticais. Quanto às tipologias horizontais, em contrapartida, é interessante notar que apesar dos loteamentos serem mais representativos no número total de unidades, desde 2018 não foram lançados novos empreendimentos, ao passo que foram lançados novos empreendimentos de casas em todos os anos desde 2010.

Em relação ao padrão, entre todas as tipologias analisadas, nota-se o predomínio de unidades que se enquadram no perfil econômico, não sendo inexpressivo, também, o número de unidades pertencentes ao espectro contemplado pelo Programa Casa Verde Amarela (antigo programa Minha Casa, Minha Vida) entre as unidades residenciais verticais. Considerando os diferentes impactos causados pela pandemia no setor construtivo, a capital piauiense conseguiu manter não só o mercado aquecido, mas também saiu a frente no desenvolvimento imobiliário horizontal quando sequer se tratava de uma tendência ainda consolidada no mercado.

A perspectiva de melhora dos segmentos econômicos caracterizada pela progressiva retomada de empregos na cidade pode ser um relevante fator de mudança de comportamento de consumo, além de ampliar ainda mais o potencial para empreendimentos do Programa Casa Verde Amarela. Assim, se configura um enorme potencial de desenvolvimento imobiliário tanto para a capital piauiense quanto para a região em termos de lançamentos que se enquadram no perfil econômico, médio e alto padrão.

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Conteúdo elaborado por Maria Carolinie Cada Cardoso, analista em Inteligência de Mercado e Planejamento Urbano da Urban Systems

Fontes:

RAIS

IBGE

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